terça-feira, 31 de maio de 2011

Diário de Noronha em imagens - Natureza

O Dois Irmãos de lá

Praias sempre que parecem ser só nossas...

Trilhas...

... que percorremos felizes, respirando natureza por todo lado!

 Natureza exuberante, mar, céu, montanha, verde e até um arco-íris de presente, muito privilégio!
E tudo parece intocado!

                                         Encantado, como o canteiro de flores no meio do mato!

O tempo na Ilha é outro, tem um sossego de infância e descansa como as embarcações no Porto.
Tem infinitos tons...


... infinitas cores...
                                                   ... e uma força que não se explica...

Tem o inusitado como este berçário natural na praia da Atalaia, onde vemos corais, filhotes de peixes, tubarões e até estrelas do mar!

Uma escola muito especial em Fernando de Noronha


Fernando de Noronha tem apenas duas escolas, ambas da rede estadual de ensino, ligadas ao governo de Pernambuco. A ilha é o único Distrito Estadual do país, não tem prefeito ou deputados. Com 3500 habitantes sofre ainda com condições precárias na saúde e na educação. Conheci as duas escolas, a do Arquipélago de ensino fundamental e médio e a Bem-me-quer de educação infantil, que tive a alegria de visitar com meus livros, minhas histórias e as cantigas.


Cheguei e fui aconchegada por lá, crianças, professores e funcionários que nunca haviam recebido na escola a visita de um escritor, mostraram de todas as formas o que é bem querer!

 Li alguns dos meus livros e tive a honra de inaugurar na Bem-me-quer, com uma coleção de títulos meus, um espaço de literatura, pois a escola não conta com biblioteca e nem mesmo sala de leitura...

 Foram momentos muito divertidos e plenos de empolgação, cada página que eu virava, parecia abrir horizontes para aqueles olhares tão atentos, tão sedentos de fantasia!

A interação foi total...

 Eu acabava de ler um livro e todos queriam mais histórias, mais histórias das histórias...

                                                ... mais cantigas e histórias cantadas...

A turminha do berçário, no início ficou de longe, mas acabou entrando na festa e dividindo comigo outras alegrias.

Até o bico de desemburrar fada emburrada foi intenso!

Foi incrível perceber o quanto a meninada se entregou às histórias

E eu me enchi de felicidade. Espero ter plantado na escola, na ilha a semente da  minha paixão pelos livros, pela literatura!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Seres curiosos de Noronha

   Mabuia na praia do Sancho em Fernando de Noronha - foto de Fabiano Fernandes

De todas as viagens que fiz em Fernando de Noronha, uma foi bem diferente, com sede de novas histórias pesquisei não apenas os lugares e as gentes incríveis daquele lugar. Descobri moradores inspiradores como a mabuia, espécie de lagartixa que só existe e de forma endêmica lá na ilha. Há quem diga que não é lagartixa é calango e que existe em outras regiões do país, mas o fato é que os  biólogos confirmam :    mbuia só tem em Noronha! O curioso é que a danadinha se faz de beija-flor e poliniza flores, apesar de se alimentar também de insetos. Ela escala os 12 metros do mulungu, espécie de árvore leguminosa bem específica da região do arquipélago e se delicia com o néctar acumulado entre as pétalas da  flor de mulungu
 Iso só acontece durante quatro meses do ano, época da seca (de agosto a novembro), quando a mulungu costuma florescer.  Além da mbuia, adorei conhecer as viuvinhas e as noivinhas e peixes como o sargentinho e o cirugião

Um outro olhar sobre Fernando de Noronha

Vou começar pelo fim! Nada de vista aérea, das paisagens exuberantes ou das infinitas visões acachapantes do mar que  ora impregna a visão com seu tom esmeralda, ora nos encanta com seus turquesas. Elas estarão aqui também e nas outras postagens sobre Noronha. Falta tempo pra conseguir colocar tudo aqui. Mas inicialmente, vou falar de outros encantos da ilha que já foi maldita e que hoje é paraíso ecológico. Passei sete dias em Fernando de Noronha, sem relógio no braço e com o celular desligado. Assim que chegamos, eu e Orlando fomos recebidos na Pousada com bilhetinhos na porta do bangalô e flores e cartões da camareira Carla, que tanto me emocionou.
A cada dia, novas flores, novos bilhetes, uma delicadeza que me comoveu! Sei que era para todos os hóspedes, mas senti-me especial. Conheci a Carla, com seu sorriso tímido e fiquei feliz por isso!

Na vila, as casas são simples, mas repletas de um colorido bom de ver e que vai além da tinta nas paredes!

A única igreja guarda traços de outros tempos e me chamou a atenção também por conta do jogo de luz e sombras que na lateral projetava em certa hora da tarde escadas que simbolizam a elevação. Vi poesia em todo canto na ilha, nas pessoas, na imensidão do intocável e do que já foi tocado, mas é muito bem cuidado por lá!

A sede da administração local, o Palácio São Miguel, já foi presídio e hoje guarda muita história e lembranças.
As águas do mar de fora que inundaram de beleza todo o dentro da minha alma e me deram mais uma vez a certeza de que guardo um mar em mim!

As delícias do Festival Gastronômico da Pousada do Zé Maria, que nos recebeu com tanto carinho. Ao Tuca e à Paulinha, que mais do que atenção, nos deram dicas preciosas, nosso agradecimento e gratidão. Os dias aqui em Brasília têm sido corridos. Mal cheguei e preparo-me pra outra viagem, falta tempo pra dar conta da rotina e colocar a vida em dia, mas vou aos poucos dividir aqui os momentos incríveis que vivi em Noronha.

Dica de leitura


Este é um livro muito especial, bonito de ver, gostoso de folhear e com uma história muito bacana. Não é à toa que foi premiado no Brasil e no Exterior no ano em que foi lançado e continua a ser celebrado. O autor e ilustrador Fernando Vilela promove um encontro bem inusitado entre o cavaleiro medieval Lancelote e o cangaceiro nordestino Lampião, na forma e no enredo, este encontro traz surpresas que o leitor nem imagina encontrar, mas que descobre ao longo da leitura. Lancelote desafia o cangaceiro em septilhas, estrofes de sete versos, características na prosa épica. Já Lampião responde em sextilhas, o verso tradicional do cordel. No fundo preto, o prata e o cobre dividem os territórios do cavaleiro e do cangaceiro e as ilustrações em carimbo e xilogravura conferem uma beleza estonteante ao texto. Publicado pela Cosacnayfi, Lampião e Lancelote é uma verdadeira obra de arte em todos os sentidos: divertido, surpreendente e inovador, o livro encanta leitores de todas as idades.

sábado, 28 de maio de 2011

Imagens de Leitura... ainda na Flipiri 2011





Preciso dizer alguma coisa? Acho que não! As fotos dizem tudo, no meio da praça, assim sem que nada que passasse por perto pudesse incomodar, leitores e livros no melhor da Festa Literária. Pra mim, estes flagrantes valeram a Flipiri!

A primeira antologia da AEILIJ - Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil

Foram alguns meses de muito trabalho e a coordenação impecável do Alexandre Castro Gomes. Trem de Histórias reúne 37 escritores e ilustradores, todos falando de trens, metrôs, bondes e veículos sobre trilhos. Uma ideia bacana que surgiu numa lista de discussões e já ganhou forma. Copio abaixo na íntegra o texto sobre a coletânea que o maquinista deste nosso Trem de Histórias publicou em seu blog: com a palavra Alex Gomes:
 
 
 
"Tchan, tchan, tchan, tchaaan! Apresento agora, em primeira mão, a CAPA da primeira antologia da AEILIJ, criada sobre uma linda xilogravura da Nireuda Longobardi.

Trem de Histórias traz 20 textos e 20 ilustrações de 37 autores aeilijianos, que se uniram para realizar esse trabalho em prol da nossa querida Associação. Um esforço coletivo que tive o PRIVILÉGIO de gerenciar! Quem é que não gosta de lidar com tanta gente talentosa, não é? Um time de primeira!

O livro, direcionado ao público infanto-juvenil, contém contos, crônicas e poesias relacionados a trens, bondes e outros veículos que rodam sobre trilhos. A apresentação é da Anna Claudia Ramos.

Meu conto, Tem uma barata no trem!, está lá, junto com Trem dos unicórnios, de Zé Zuca, Resgate, de Alina Perlman, Minha primeira viagem de trem, de Rosana Rios, A noite dos cometas, de Adriano Messias, O condutor, de Simone Pedersen, Esse trem que me falta na lembrança, de Luiz Antonio Aguiar... é melhor eu parar por aqui, senão essa postagem vai ficar looonga. Só tem fera na parada! Somos autores do Rio, São Paulo, Minas Gerais, Brasília, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco, e até de Cabo Verde, na África!

Os ilustradores, entre eles Fabiana Salomão, Laz Muniz, Mauricio Veneza, Márcia Széliga, Sandra Ronca, JP Veiga, Cris Alhadeff (que ilustrou uma crônica da Eliana Martins) e outros craques das cores, abusaram da criatividade e  contribuíram com ilustrações em nanquim, xilogravura, computador, lápis de cor, aquarela, spray, canetinhas, técnicas mistas... O livro está bom demais!

Trem de Histórias sairá em junho pela Caki Books (http://www.cakibooks.com.br/) e poderá ser comprado através do site da editora, e nas lojas Gato Sabido e Amazon, nos formatos e-book e impresso com capa dura! 

Eis os aeilijianos responsáveis pelo sucesso do projeto:
Adriano Messias - Alessandra Pontes Roscoe - Alexandre de Castro Gomes - Alina Perlman - Ana Cristina Melo - Angela Leite de Souza - Anielizabeth - Antonio Nunes (Tonton) - Bia Salgueiro - Carla Pilla - Claudia Gomes - Cris Alhadeff - Danilo Marques - Eliana Martins - Fabiana Salomão - Felipe Vellozo - JP Veiga - Kika Freyre - Laz Muniz - Luiz Antonio Aguiar - Marcelo Queiroz - Márcia Széliga - Marilza Conceição - Mauricio Veneza - Monika Papescu - Naná Martins - Nilza Azzi - Nireuda Longobardi - Regina Gulla - Roney Bunn - Rosana Rios - Sandra Ronca - Sandro Dinarte - Simone Bibian - Simone Pedersen - Soraia Ljubtschenko Motta - Zé Zuca."


Read more: http://alexandredecastrogomes.blogspot.com/2011/05/trem-de-historias-primeira-antologia-da.html#ixzz1NgMstvX0

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Mais moradores para a estante!

É sempre uma alegria esperar o carro dos Correios e imaginar o que traz pra mim! Hoje o presente foi duplo: vários livros da escritora Maria José Silveira, que simplesmente me encantou com o seu A mãe da mãe da sua mãe e suas filhas. Conversamos por telefone, trocamos e-mail e eu que não sabia que a Zezé, como é chamada pelos amigos, escrevia para crianças e jovens, fui surpreendida outra vez e fiquei sem palavras diante do presente tão delicado da escritora, um pacotinho com alguns dos seus títulos infantojuvenis, vou ler todos e depois conto por aqui! O brigada, Zezé, pelo carinho do presente tão especial! O outro pacote veio da Editora Mundo Mirim, alguns exemplares do livro Mitos Urbanos, uma coletânea de histórias assombrosas que se passam em cinco grandes cidades brasileiras: São Paulo, Rio de janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Brasília. Cinco escritores foram convidados para contar lendas peculiares de suas cidades e eu tive a honra de ser escolhida para narrar a de Brasília. O livro ficou lindo, com contos de Rosana Rios, Celso Sisto, Sandra Pina, Adriano Messias, além do meu sobre um personagem que assombrou Brasília nos anos de chumbo. As ilustrações são de Alexandre Santos. Ficou lindo, dá um orgulho danado fazer parte de projetos legais assim! Foi a primeira vez que me atrevi nos contos de terror e adorei! Vejam só a capa!

Dica de Leitura

A Dica de Leitura da semana chega hoje, com dois dias de atraso, pois só agora começo realmente a voltar de
fernando de Noronha, onde passei sete dias incríveis, não apenas descobrindo a natureza exuberante da ilha, conhecida como esmeralda do Atlântico, mas mergulhada também nas lendas e histórias de lá. Minha vontade era indicar leituras sobre Noronha, trouxe um relato dos fatos mais importantes e um cordel adorável que conta a lenda de um padre que viveu por lá na época do presídio, descobriu água doce, artigo bem raro na ilha e que hoje assombra vários locais. O problema é que a indicação da literatura noronhense seria de quase impossível acesso, ou apenas para quem decidir visitar o Arquipélago, sendo assim, a dica de hoje se rende a um outro presente que me chegou via Sedex enviado pela autora Viviane Veiga Távora: o livro Mareliques da Praia-louca, com texto de Viviane, ilustrações de Walther Moreira Santos, publicado pela Bicho que lê.
Eu que adoro limeriques e mar adorei a mistura bem humorada que Viviane propõe. Pra quem já é fã dos versos de cinco estrofes que Tatiana Belinky popularizou no Brasil, os mareliques vão agradar em cheio. Viviane nos convida com seus versos a um mergulho, como ela própria diz na quarta capa do livro, num mar de faz-de-conta. As ilustrações são outro mergulho, brincam com o texto e com a nossa imaginação e lá na Praia-louca da Viviane e do Walther tudo pode acontecer, quer ver?
,
"O sol por lá é um frescor,
faz frio de usar cobertor,
mas quando a brisa
por lá aterrissa
sacode a praia com calor"

Os limeriques são assim: cinco versos bem malucos em que primeiro, segundo e quinto terminam com a mesma rima, segundo e quarto, mais curtos rimam também entre si. Os mareliques são limeriques sobre o mar, nascidos na fantasia da autora!

sábado, 21 de maio de 2011

De um lugar encantador a outro, quase num pulo!



Ainda nem escrevi e postei tudo sobre a Flipiri e meus dias em Pirenópolis e já me vejo diante de tantas outras maravilhas! Estou desde a última quarta-feira em Fernando de Noronha, um lugar mágico, lindo, onde o tempo e o espaço parecem gravitar em outras órbitas. Cheguei, tirei o relógio do braço, desliguei o celular e me liguei ao modo de vida bem peculiar desta ilha encantada. Mergulhei, vi golfinhos, tartarugas, raias, corais, lagostas, peixes de tudo que é cor e até tubarão, inundei-me das belezas deste mar, deste lugar cheio de surpresas e do jeito simples dos que vivem aqui.




 O arquipélago de Noronha tem a menor rodovia do país: são apenas 7 km que os nativos percorrem a pé, a cavalo, de buggy, ou de ônibus. Todos aqui são muito comprometidos com a sustentabilidade e o meio-ambiente. Não há rios ou nascentes de água doce e tanto nas pousadas mais simples, quanto nas mais sofisticadas, nas casas, no comércio e por todo canto, a preocupação com o desperdício é de todos. Não se vê aqui copo descartável ou lixo que não seja coletado seletivamente. Habitam a ilha cerca de 3500 pessoas. Hospital é só um e escolas, apenas duas: ambas estaduais: Arquipélago, de ensino fundamental e médio e Bem-me-quer, de educação infantil, a qual visitei para falar de meus livros e partilhar as histórias, os contos e os cantos. Não resisti! O encontro foi maravilhoso, nunca a escola havia recebido a visita de um escritor, fui tratada com uma delicadeza comovente e até com certo espanto por parte dos professores. Assim que voltar, postarei as fotos e as histórias todas deste santuário incrível que é Fernando de Noronha!

terça-feira, 17 de maio de 2011

As várias festas dentro da Festa

Em Pirenópolis tudo é festa!
O cenário inspirador...

Todo recanto acolhedor...

As ruas de pedras emolduradas pela natureza

... e nesta 3ª Flipiri, além de tudo, tive as companhias maravilhosas de Patrícia e Fernando, vindos de São Paulo...

Os encontros tantos...

os parceiros e amigos a dividirem comigo suas histórias...

... as poesias, as músicas e o indescritível suco de jabuticaba da dona Sebastiana. Valeu, Marco Miranda!

As conversas e o riso solto pelos quintais e jardins, assim mesmo, debaixo de uma jabuticabeira na Pousada Casarão...

...  Até no entregar os pontos das crianças, eu pude ver poesia: assim mais perto dos sonhos, eles nem se incomodaram com o friozinho e o barulho e eu achei de ficar emocionada!

Teve ainda a maestria do grande Vladimir Carvalho, o primeiro a filmar Cora Coralina, ainda nem tão famosa e festejada, mas com sua sabedoria arrebatadora!

Era animação sem hora pra findar em cada esquina!