segunda-feira, 29 de março de 2010

Dica de Leitura



Com um lápis vermelho nas mãos e a imaginação nas alturas, bem longe de qualquer julgamento, Haroldo, um garoto criativo e talentoso, resolve desenhar um quadro na parede de seu quarto e, depois de entrar no próprio quadro, pode ser o que quiser. EStica, encolhe, anda sobre o mar, se descobre maior que as montanhas ou menor que uma flor e vive aventuras deliciosas, levando o leitor à tiracolo em todas as suas viagens. Haroldo vira gigante tem texto eilustrações de Crocket Jonhson. Foi traduzido por Gian Calvi e no Brasil saiu pela Global, numa coleção bem bacana, a Crianças criativas. Ainda é possível encontrar os kits com livros, o VHS com os desenhos animados das histórias e até alguns fantoches. Mas só o livro já é um grande presente. Haroldo desenha casas, cidade, florestas, montanhas, mar, nuvens, aves e parte para uma viagem no mundo do faz de conta. Mais desenhos, mais desafios. Vive, assim, situações, inusitadas, perigosas, mas todas elas fáceis de serem desvencilhadas. Sendo personagem de sua própria história, ele se vê ora pequeno, ora um verdadeiro gigante para enfrentar os obstáculos surgidos no caminho. Haroldo era tão grande que podia andar pelo mar sem afundar. Ao realizar a viagem com Haroldo, o leitor certamente se identificará porque é no imaginário infantil, na fantasia e no lúdico que a criança constrói o seu dia-a-dia. Ao entrar no quadro com Haroldo, questões de estética, linguagem, proporção e de comportamento também poderão ser vivenciadas. A ficção, com seu poder criativo, possibilita um olhar sensível sobre o real.



sábado, 27 de março de 2010

Espaço Jô Oliveira

Com um dia de atraso, mas ainda em tempo: a arte cheia de cores e personalidade de Jô Oliveira!


Ilustração feita para as comemorações dos 100 anos do início da


colonização japonesa no Brasil.

Jô nos conta que comparou duas figuras incrivelmente semelhantes. Uma delas: a burrinha do

Cavalo Marinho nordestino.


terça-feira, 23 de março de 2010

47ª Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha

Começa hoje mais uma edição da Feira de Bolonha, a maior do mundo dedicada à Literatura Infantil e Juvenil. 1200 expositores, 60 países e a excelência da produção literária mundial focada na infância. Este ano 13 editoras brasileiras estarão mostrando seus livros no estande da Câmara Brasileira do Livro, entre elas, três com as quais eu já tenho contrato: Elementar, Melhoramentos e Callis. Hoje também serão conhecidos os vencedores do prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infantil no mundo e a torcida é enorme porque entre os dez finalistas, dois são brasileiros: Bartolomeu Campos de Queirós e Roger Mello. Já estão na Ítalia desde ontem as representantes da Casa de Autores: Íris Borges e Vera Lúcia Dias, foram na companhia do Secretário de Cultura de Pirenópolis, Gedson de Oliveira e da proprietária da Editora Elementar, que não se cansa de publicar os autores da Casa, Bete Kawano. Eles prometeram mandar notícias e fotos de lá! A gente espera!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Dica de Leitura

A dica de Leitura de leitura de hoje é um clássico da nossa Literatura Infantil, Marcelo, marmelo, martelo e outras histórias, de Ruth Rocha, Editora Salamandra é daqueles livros que a gente não esquece. Hoje reli numa visita ao pediatra ( Dona Lu voltou da Flipiri, prejudicada e só hoje a otite resolveu atacar de vez). Bom, entre os tantos brinquedos na sala de espera do consultório alegrou-me imensamente reler o livro que eu adorei conhecer em outras épocas. Dei boas risadas com a curiosidade do Marcelo e sua mania de mudar o nome das coisas. Para ele, colher é mexedor, travesseiro é cabeceiro e o cachorro da casa Latildo. A história, que  Ruth Rocha conta muito bom humor e habilidade fala da reinvinção do cotidiano de um jeito super legal. Marcelo, o menino da história, como toda criança, é inventivo, cheio de imaginação e inconformado com a falta de lógica, que muitas vezes a lógica dos adultos tenta impor. Ele não se dá por vencido com o mundo de explicações e exigências dos adultos e inventa seu próprio modo de ver e dar nome a tudo. Claro que se mete em algumas confusões. O livro é uma delícia em qualquer idade e nos faz pensar no quanto as crianças com sua espontaneidade conseguem  bem melhor que nós, mais crescidinhos, descomplicar a vida!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Espaço Jô Oliveira

Ilustração e comentário de Jô Oliveira


"Alessandra,





Esta ilustração foi para a capa do libreto da ópera de rua do Jorge

Antunes.

Como cidadão de Brasília resolvi também participar do protesto do

grande maestro

contra a corrupção no DF."




quinta-feira, 18 de março de 2010

Tatiana Belinky completa hoje 91 anos!

Eu, na casa da aniversariante em outubro do ano passado, quando fui entregar os trabalhos do concurso do blog em homenagem a ela. Já era apaixonada pelo astral e a tagarelice da vó Tati, como é carinhosamente chamada pelas crianças e depois de conhecê-la, ouvir suas histórias ser "lambida" por seus gatos e conhecer o estabanado cachorro que também perambula pela casa, fiquei ainda mais encantada!

O dia é de cantar os parabéns para a escritora que chegou ao Brasil, vinda da Rússia, aos dez anos de idade e adotou nosso país. Tatiana Belinky completa  91 anos, com uma alegria a mais, é agora imortal, tomará posse em breve na Academia Paulista de Letras. Tem inúmeros livros publicados, é a rainha dos limeriques, os poemas de cinco versos que ela ajudou a divulgar por aqui. Foi a primeira a adaptar o Sítio do Pica-pau-amarelo para a TV e ainda hoje se gaba de ser bem parecida com a boneca de pano Emília, saída da imaginação do amigo Monteiro Lobato, com quem ela conviveu. Tatiana é mesmo tagarela e bem espivitada. Hoje falei com ela por telefone ( ela fará a quarta capa de um de meus livros), liguei para dar os parabéns e soube que ela não sossega e vai lançar em breve, alguns novos livros! A gente espera, não é?
beijos e muita festa para a nossa querida Tatiana Belinky!

O Homem não quis, mas ele quis!

Em 2009, depois de participar como autor homenageado da primeira edição da Festa Literária de Pirenópolis, o escritor Ignácio de Loyola Brandão, registrou em sua coluna quinzenal no O Estado de SP todo o seu encantamento com a Festa que nascia tímida, mas que firmaria sua entrada no calendário oficial das festividades na histórica cidade goiana de Pirenópolis. O homenageado daquela primeira Flipiri, homenageou a cidade, com suas belezas naturais e delícias, homenageou nosso grupo de escritores: Casa de Autores e até minha Luiza, que na época estava com apenas dois meses. A crônica narrou um episódio ocorrido comigo e minha parafernália de histórias e foi batizada poeticamente por Loyola com o sugestivo título: O homem não quis carregar o arco-íris. O texto na íntegra aqui

De volta à Flipiri, agora em 2010, Loyola veio como convidado, para falar sobre a homenageada, a atriz e escritora Eliane Lage. Falou da Festa antecipadamente em outro belo artigo no Estadão, que você pode conferir aqui Fez uma emocionada e descontraída conferência, intitulada: A hora da estrela para um cinema repleto de admiradores e emocionou a todos ao lembrar das peças que a vida nos prega e do ator Anselmo Duarte, que ele havia combinado de trazer para Pirenópolis, mas que faleceu antes da Flipiri. Claro que, desta vez, eu  não perdi a oportunidade: fotografei Ignácio com meu ornamento e agora ele poderá dizer por aí que também já carregou um arco-íris!

Momentos meus na II Flipiri


Foram cinco dias, repletos de atividades e de encontros, muitos encontros... Encontros com leitores, encontros com escritores, encontros com amigos, familiares que aproveitaram a Flipiri para uma visita à Pirenópolis, encontros com a natureza, encontros com a arte e a literatura. Cumpri toda a minha programação e ainda consegui tempo para garantir umas atividades extras. Fiz dois dias de Itinerância, visitei escolas em Pirenópolis também, fiz oficinas para crianças e professores ( O mundo encantado do livro e das histórias e Quem conta um conto aumenta um ponto), contei e cantei histórias, ouvi histórias, fiz lançamentos de três novos livros, falei de Brasília em prosa e poesia, vi os filmes da Eliane Lage e O Romance do Vaqueiro Voador, baseado no livro do João Bosco, acompanhei debates e homenagens, assisti a Opereta caipira da turma do Guaimbê,  apreciei a deliciosa culinária goiana, fotografei o que pude e ainda não vi tudo o que tinha pra ser visto...    
                                        
No cinema lotado, a expectativa pelo início do filme baseado em meu livro e da Beatriz.

Na telona do Cine Pirineus o curta em 35 mm com direção de Ítalo Cajueiro e Elvis Kleber, com a linda trilha sonora do Tavinho Moura com suas cirandas e folias.

Emoção à flor da pele sempre que vejo o filme, um orgulho para qualquer escritor ver sua obra dando asas a outras imaginações e permitindo releituras.

Para falar sobre as mais recentes publicações: Brasília em Figurinhas, Editora Franco e JK, o lobo-guará, Editora Melhoramentos, muita prosa e poesia, inspiradas em Brasília!

Tecendo histórias, pude falar de cada livro, dos processos de criação e das tantas histórias de cada história. Jacaré Bilé, sempre sucesso entre os miúdos e os graúdos. Em Caxambu ouvi a sugestão de incluir da próxima vez uma oficina de tapioca junto com as atividades do Bilé. Sugestão anotada, mas vou ter que contar com a habilidade que tem o Marco Miranda para os quitutes!

Encontrei até o personagem da meu próximo livro: História pra boi casar, Editora Peirópolis, uma história toda cantada que sairá em livro-cd e que narra as aventuras de um boi da cara amarela, que foge pra casar com a vaca que pulou da janela. Lançamento previsto para junho próximo.

No Espaço do Escritor, o último compromisso oficial, sessão de autógrafos do Brasília em Figurinhas, Editora Franco; JK, o lobo-guará, Editora Melhoramentos e a nova edição de A menina que pescava estrelas, Editora Elementar. Na foto comigo as queridíssimas Leila e Roberta que pelo segundo ano consecutivo saem de Goiânia para conferir a Flipiri.

Ela, Luiza, que virou crônica do Ignácio de Loyola na primeira edição da Flipiri, com o sorriso de quem desde a barriga curte estar entre livros e histórias!

Crônica da escritora Rosângela Rocha sobre a II Flipiri

A escritora Rosângela Vieira Rocha, uma das moradoras da Casa de Autores, participou da Festa Literária de Pirenópolis e com olhar atento e emocionado escreveu uma bela crônica sobre a segunda edição da Festa. O texto está publicado no blog da Casa  de Autores, mas pode ser lido também em Contos,cantos e encantos. Para conhecê-lo clique aqui

quarta-feira, 17 de março de 2010

Saiu no PublishNews...


"Um livro pelo Haiti

PublishNews - 17/03/2010 - Por Ricardo Costa

Na manhã do dia 19 de janeiro de 2010, uma semana depois que o terremoto deixou mais de 200 mil mortos – e outros milhares desabrigados – no Haiti, Greg McQueen postou um apelo no Twitter para que escritores contribuíssem com histórias para a produção de um livro cujo lucro integral seria enviado à Cruz Vermelha para o atendimento das vítimas do desastre. Para a surpresa de Greg, no dia 27 ele já tinha todos os manuscritos e no dia 14 de fevereiro o livro estava a caminho da gráfica. No Brasil, a história de 100 Stories for Haiti também correu pela internet. O livro foi descoberto por um jornalista, que leu sobre ele no Publishing Perspectives. Em dois dias, ele já havia entrado em contato com Greg McQueen, na Dinamarca, e em seguida procurado por Marcelo Gioia, um dos diretores da Garimpo Editorial, que estava em Israel. Santa conexão online. Em menos de quatro dias o manuscrito estava nas mãos da Garimpo. Assim como na Europa e resto do mundo, 100% do lucro deste projeto será destinado às vítimas. O livro ainda não tem preço definido, também pelo fato do preço depender dos apoios e parcerias que a Garimpo receber para a produção. O PublishNews é parceiro na sua viabilização no Brasil e na divulgação. No “Leia mais” você confere outros detalhes e sua repercussão, além de informações sobre a edição brasileira, que já conta com 16 tradutores voluntários."

Contos,cantos e encantos aplaude a iniciativa e também vai divulgá-la!

O endereço do Publishnews é http://www.publishnews.com.br/



Aviso aos visitantes e aos seguidores...

Assim que terminar as postagens sobre a Festa Literária de Pirenópolis trarei novas notícias sobre a Campanha por mais livro e leitura na programação das tvs abertas e sobre o Concurso: Minha história de amor pelos livros. Aguardem!

Momentos Flipiri I

Os painéis da exposição do Bordelando, as "meninas" que pintam e bordam deram oficinas gratuitas de bordados e mostraram sua arte na Praça da Leitura. Aqui painéis de bordado em chita.

Cada ponto um encanto! O trabalho do Bordelando - grupo de mulheres que há mais de 30 anos se reúne em Brasília todas as segundas-feiras para bordar e bordelar - é poesia para os olhos!

A escritora da Casa de Autores, Vera Lúcia Dias, também "bordelanda", mostrando um dos trabalhos feitos com as mulheres participantes da oficina em Pirenópolis. Eliane Lage, não escondeu o seu deslumbramento pelo belo trabalho das bordadeiras candangas e pirenopolinas.

O escritor da Casa de Autores, João Bosco Bezerra Bonfim, entrevistando a escritora Waldetes Rezende, autora do livro Santa Dica - história e encantamentos, sobre a milagreira de Lagolândia, cujas crenças espalhadas por ela na década de 70, ainda hoje são reprimidas na região. Waldetes conversou com João Bosco no Palco da Praça e em seguida autografou o livro no Espaço do Escritor.

O escritor e ilustrador, André Neves, durante a oficina:" A arte de ilustrar livros" para crianças, na Escola Joaquim Alves. Uma divertida conversa sobre as próximas histórias, sobre como surgem as ideias e sobre a força da imagem no trabalho do autor. André nos revelou que toda a história de Obax, ainda não publicada, surgiu a partir da imagem de uma chuva de flores. Todo o enredo e os personagens se moldaram para dar um sentido à primeira imagem.

Depois da exibição do filme Caiçara, o primeiro estrelado por Eliane Lage, debate com a atriz e escritora, com o cineasta Vladimir Carvalho e com o escritor Moacir Scliar. No Cine Pirineus lotado, mais uma vez, o protocolo foi quebrado, Scliar pediu para "engatar" no debate a sua conferência sobre Literatura e Cinema, que na programação, aconteceria em seguida. Foi uma conversa e tanto!

À noite, depois de encerrada toda a programação do dia, na Pousada Casa Grande, o violão encantado do escritor Tino Freitas. Autor de Cadê o juízo do menino, Editora Manati, com ilustrações de Mariana Massarani, compositor de lindas cantigas que exaltam a literatura e o prazer de ler, mediador de leitura e Roedor de livros, com importante trabalho de formação de leitores em Brasília, Tino é sempre presença garantida nos eventos literários pelo Brasil. Esteve na primeira e na segunda edição da Flipiri, mas ainda não fez parte da programação oficial da Festa. Fica o meu protesto. Ano que vem, esperamos poder contar com os Roedores em Pirenópolis, participando oficialmente dos eventos.

Os incrivelmente populares ratos de biblioteca: Racumim e Racutia. A peça baseada no livro das escritoras Maria Célia Madureira e Raquel Gonçalves: Deu Rato na Biblioteca, Editora Franco, com ilustrações de Zé Regino, é sucesso garantido entre a garotada e também entre os marmanjos. Não há quem não se encante com as aventuras do rato manhoso que aprende a ler e se delicia com o mundo dos livros e das histórias.

Último café da manhã na Pousada Casa Grande, autores e convidados reunidos ainda em Festa!

                                        A Flipiri 2010 já deixou saudades, que venha a de 2011!                               

Sua majestade, o livro!

Livros por toda parte! Em Pirenópolis há muitas árvores de flores, há também limoeiros, jabuticabeiras, palmeiras e, claro, pequizeiros, mas durante a Festa Literária uma outra bela espécie surgiu na Praça da Leitura: a "historieira" com livros e histórias pendendo dos galhos, alimentando corações e almas!
Pé de Livro, sim senhores!

Ipê carregado de flores e histórias. Num dos galhos, a minha Fada Emburrada! Que honra!

Teve também varal de livros...

... e a meninada curtindo as histórias no estande da Arco-íris.

No palco da Praça, muitas leituras. Aqui, o companheiro da Casa de Autores, Marco Miranda, que agitou o espaço com muita criatividade, recitando a fábula em versos de meu livro mais recente: JK, o lobo-guará, Editora Melhoramentos, com texto meu e ilustrações de Jô Oliveira.

 
 Outro momento de muita alegria foi presenciar a estudanteNaraian do 6º ano do Ginásio Municipal de Pirenópolis, fazendo a leitura pública, também no Palco da Praça, de meu livro A Fada Emburrada, Editora Elementar, com ilustrações de Romont Willy. Naraian, que tem onze anos de idade, depois veio falar comigo e me disse que adora desenhar e inventar suas próprias histórias.

terça-feira, 16 de março de 2010

Dias intensos em Pirenópolis

Café da manhã na Pousada Casa Grande, momentos de encontros.

Almoço e jantar sempre no restaurante Tilapa, que tão saborosa e carinhosamente nos acolheu, o sorriso meu e do André Neves foi depois de um dos almoços!

Mestre Vladimir Carvalho na janela do Tilapa, também depois do almoço. Vejam a cara de feliz!

No palco do Theatro, assim mesmo com "Th" os músicos e griots do Guaimbê durante o ensaio da opereta caipira O Tal do Quintal.

No cinema lotado, a solenidade de abertura da segunda Flipiri!

A homenageada, eterna estrela Eliane Lage.

Do cinema para a Praça da Leitura, todos seguiram a pé em cortejo, atrás da homenageada, pelas ruas de paralelepípedos do centro histórico...

Cortejo conduzido pelo ritmo contagiante da Banda de Couro do Cine Pirineus.

A atriz e escritora Eliane Lage, moradora de Pirenópolis e grande homenageada da Flipiri, cortou a fita e, oficialmente, abriu as atividades na Praça da Leitura.

Sessão de autógrafos com Eliane Lage no Espaço do Escritor. Sucesso total a autobiografia Ilhas, Veredas e Buritis.

Eu, honradíssima, ao receber o primeiro autógrafo da noite! Desde a primeira Flipiri, Eliane se encantou com Luiza e nesta hora perguntou por ela, que só chegaria na noite seguinte. Na primeira edição da Festa, Luiza estava apenas com dois meses e não perdeu nada da Flipiri. Aliás, até ganhou de presente uma bela homenagem de Ignácio de Loyola Brandão, em crônica sobre a Festa de Pirenópolis, no Estadão. Ignácio, que também voltou este ano.

Flipiri 2010, o segundo dia da Itinerância

No segundo dia da itinerância - que para quem ainda não sabe é a Flipiri nos povoados e municípios dos arredores de Pirenópolis, projeto pelo qual a Secretaria de Educação adquire livros antecipadamente, distribui aos alunos e nos dias da Festa Literária Itinerante, os autores visitam as comunidades escolares que trabalharam seus livros - comecei bem cedo na companhia das escritoras Corinta Maciel e Maria Célia Madureira. Visitamos a Escola Municipal Luciano da Silva Peixoto, em Pirenópolis. Na segunda Flipiri, a Itinerância chegou a dez povoados e visitou ainda seis escolas em Pirenópolis, antes da abertura oficial da Programação no Centro Histórico de Pirenópolis. Os encontros foram uma Festa à parte!
Manhã de quinta-feira, dia 11/03, público atento na E.M. Luciano da Silva Peixoto.

Na volta, eu Maria Célia e Corinta numa visita à Sede do Grupo Guaimbê, pontinho, ponto e pontão de Cultura com importante trabalho de arte-educação e resgate das tradições em Pirenópolis. Guaimbê, coordena por lá brincadeiras de roda, ciclos de leitura e contações de história. Produz vasto material literário e audiovisual e apresentou este ano, além do projeto sementes de leitura com o grupo Flor de Pequi, o emocionante espetáculo teatral O Tal do Quintal, uma opereta caipíra encenada por Griots de 70 a 90 anos de idade!

À tarde tomei o rumo de mais um povoado...

Botei literalmente o pé na estrada, ou melhor na água!

Pra chegar na escola do povoado rural de Bom Jesus, passei por três riachos de água límpida e lá encontrei duas salas de aulas, duas professoras e turmas multiseriadas: uma de primeiro a quarto ano e outra de quinto a oitavo. Crianças que acordam antes das cinco da manhã e ficam na escola até duas da tarde porque o transporte só passa três vezes por lá.

Fui recebida por meninos e meninas que assim como a Mariana da minha história com a Bia - A menina que pescava estrelas - também piscavam estrelas e carregavam nos olhos um brilho indescritível! Receberam-me com estrelas nos olhos e versos criados coletivamente por eles.

Conversamos um bocado, contei e ouvi várias histórias, vi os desenhos e os poemas que criaram para meus livros. Brincamos, cantamos e até desemburramos além da minha Fada Emburrada, o Simão, que ficou muito bravo com uma coleguinha e depois de tantas cantigas e histórias esqueceu a bronca pra dar algumas gargalhadas deliciosas!

Flipiri 2010, muito mais que livros e histórias...

Nem só de livros e histórias se faz uma Flipiri.. A segunda edição da Festa Literária de Pirenópolis proporcionou a todos os envolvidos: organizadores, autores, leitores e visitantes, momentos que vão ficar na memória. Imagens que não se descolarão da retina, vivências que se eternizarão nas lembranças. Ainda em Caxambu, depois do encontro com as crianças na escola fui à casa de Maria. Maria, que lá em Caxambu é simplesmente Maria. Maria que não se angustia com o corre-corre de quem nunca se sacia e quer sempre mais do dia-a-dia. Maria que sabe viver o melhor de cada dia, que mistura no real, a mais pura fantasia  e nos inebria com toda a sua alegria!

Maria nem percebia, acho que nem via o encanto que sua florada no jardim me trazia

Também não via, no meu da rua, a romaria por uma senhora que andar e se mexer já não podia, e que era então carregada de casa em casa no povoado para fazer também a sua reza. Mistura de fé e poesia!

Não via ainda o marido a torrar no fogão à lenha o café que nos serviria.

Café torrado e moído manualmente, na hora, inesquecível iguaria que provei na casa de Maria. Aliás, inesquecível como o belo sorriso de Maria!