domingo, 28 de fevereiro de 2010

Dia de apreensões e de uma grande tristeza.


 A Literatura fica mais triste hoje com a morte do bibliófilo José Mindlin. Aos 95 anos, ele morreu em SP depois de uma vida dedicada ao amor pelos livros. Mindlin foi dono do maior acervo particular de livros e periódicos do país. Começou a montar sua biblioteca aos treze anos de idade, em 2006 doou mais de 40 mil títulos para a Universidade de São Paulo. Dono da cadeira 29 da Academia Brasileira de Letras, Mindlin não se cansava de dizer que não tinha um livro preferido e sim vários. Era um garimpador e tinha entre suas pérolas particulares, a versão original do livro Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa e a primeira edição de Os Lusíadas, de Camões. Além do vazio e da tristeza que a perda de Mindlin nos deixa, o domingo foi de grande apreensão por conta dos amigos escritores, ilustradores e editores que enfrentam dificildades no Chile pós terremoto. Cerca de 40 Brasileiros participavam do Congresso Ibero-americano de Literatura Infanto-Juvenil em Santiago e ,depois do susto com os tremores e a destruição, não conseguem voltar para o Brasil. Por aqui uma grande corrente se faz para passar as informações dos que estão por lá e também para tentar agilizar junto às autoridades brasileiras o retorno em segurança de todos.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Ideia Genial que precisa ser espalhada, repassada, imitada!

Não é a primeira vez que ouço falar de iniciativas do tipo, mas achei bem legal partir de uma prefeitura. Tomara que se multiplique!


"Esse livro é de quem achou, leia e passe adiante". Estratégia da prefeitura de Nova Friburgo para incentivar a leitura em toda a cidade.


Livros espalhados pela cidade fazem parte do conjunto de ações que vêm sendo desenvolvidas em Nova Friburgo (RJ), município que conta com a primeira Secretaria de Leitura do Brasil. O profissional de Artes Cênicas e conhecedor das técnicas de contação de histórias, Francisco Gregório da Silva Filho, assumirá a secretaria até o final do mês de março. Ele é servidor público federal do quadro da Fundação Biblioteca Nacional, vinculada ao Ministério da Cultura. Foi coordenador do Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler) na década de 1990 e atuou como presidente da Fundação Cultural Elias Mansur, no estado do Acre.

Fonte: MinC

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Espaço Jô Oliveira




Jô nos conta que a rica ilustração aí de cima foi feita inspirada na versão do conto de fadas A Bela Adormecida, escrita pelo famoso cordelista J. Borges, reconto aliás, ainda não publicado em versão ilustrada.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Encantadora de miúdos e graúdos, agora imortal!

Às vésperas de completar 91 anos de idade, a escritora Tatiana Belinky, já imortalizada por sua obra, delicada, bem-humorada e irreverente como a própria escritora, estará agora oficialmente entre os imortais paulistas. Tatiana é um exemplo de vitalidade! Quando estive com ela em outubro de 2009, tomamos um café num fim de tarde em sua casa em São Paulo. Ela chegava de uma visita a escola onde estivera com cerca de 200 crianças e estava mais serelepe que a molecada toda junta. Ao telefone, quando combinávamos nosso encontro ela falou de suas visitas escolares orgulhosíssima da própria disposição e ensinou-me, sussurrando com a voz carregada de poesia que o que pra muita gente aos 20, aos 30 ou aos 40 anos de idade pode parecer exaustivo, cansativo e desgastante; para ela, aos 90 é vida em estado bruto!
A notícia aí embaixo é do Boletim da Editora Brasiliense, encaminhada pelo amigo editor Fernando Franco lá de Juiz de Fora! Contos,cantos e encantos comemora com a Academia Paulista e com a querida Tatiana, mais essa conquista!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Pequenas lembranças literárias

Hoje acordei sustenida, querendo um sopro a mais de vida pra embalar a rotina em papel de presente e derreter em arco-íris tudo o que carece de um tom a mais. Hoje esbarrei no normal de todo dia e ainda assim continuei sustenida, imaginando os passarinhos do Quintana, as belezas do Bartolomeu, os rios e as pedras do Tavinho, o quintal do Manoel, as Minas de Drummond e as trilhas do Rosa. Sorri com Clarice várias vezes e fiz minha felicidade também Clandestina. Provei os doces sabores de Cora, rodopiei com Cecília e sua pequenina bailairina, empunhei o condão de Fernanda e transgredi com sua Clara Luz leis terrestres e siderais. Quis ser bruxa como a Belinky e desengolir a pílula falante da Emília só pra mergulhar no silêncio inquietante das palavras talhadas no coração. Teci com Marina uma trama infinita de sonhos e sinto que só preciso agora de uma Bolsa amarela, costurada pela Lygia pra guardar toda a emoção que a Literatura me revela a cada dia! Ler é muito mais que um prazer, é um sentido para tudo, é o combustível que faz mover o carro dos sonhos!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Dica de Leitura

O que você faria se encontrasse na sua frente um buraco na parede? Tentaria descobrir o que existe do outro lado, ficaria curioso e não se arriscaria, ou entraria pra valer na aventura de desvendar o mistéio do buraco na parede? Alice não teve dúvidas, mergulhou no buraco da fechadura e viajou pelas Maravilhas da imaginação, muitos outros personagens descobrem mundos dando asas à fantasia. Neste livro de Marcelo Cipis não é diferente!

DE PASSAGEM, de Marcelo Cipis, Ed. Companhia das Letrinhas é um delicioso mergulho pelo inesperado.Em um cômodo vazio, com um buraco na parede, está um homem vestindo terno preto. Ele entra nesse buraco, que o leva à página seguinte: outro aposento, alguns objetos, outro contexto e novos buracos na parede. Cada página, com sua saída, leva-o para a seguinte, com diferentes ambientes e situações. Um livro só de imagens para as crianças passearem por um universo imaginário repleto de referências do mundo real. Perceber as semelhanças faz parte da brincadeira. A outra será folheá-lo diversas vezes seguidas. Marcelo Cipis já venceu duas vezes o Prêmio Jabuti. Se você já teve curiosidade para descobrir o que há do outro lado do espelho, o que se vê pelo buraco da fechadura, o que está dentro dos baús, atrás das portas, embaixo das camas... enfim, onde algo parece se esconder, você não vai resistir ao convite para explorar também a Passagem do Marcelo Cipis!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Livro também dá samba e carnaval campeão!

Uma história sobre livros foi a grande sensação do carnaval carioca e devolveu, depois de mais de 70 anos, o título de campeã à escola de samba Unidos da Tijuca. Os mistérios de Alexandria e o grande incêndio que destruiu sua biblioteca famosa, queimando os livros surpreenderam na Avenida e empolgaram todo o público.
A comissão de frente da Escola azul e amarela, em que mulheres trocavam de roupa como num truque de mágica, virou ícone do Carnaval e tirou nota máxima dos jurados. A ideia do enredo da Escola veio através de um site de relacionamentos. O adolescente Vinícius Ferraz, de 14 anos, enviou uma mensagem para o carnavalesco da Escola, Paulo Barros e ele gostou da sugestão. Na quarta-feira, o jovem estava ao lado de Barros durante a apuração, bastante orgulhoso. Ele contou que tudo começou por causa de um livro, depois de ler Atlantis, do candaense David Gibbins, ele decidiu sugerir o tema, que, na Passarela do Samba, acabou faturando o carnaval carioca deste ano.

foto de Carlos Moraes da Agência O Dia

Terceira escola a entrar na Avenida no domingo, a Unidos da Tijuca levou para a Sapucaí um enredo sobre os diversos tipos de segredo e fez um desfile histórico. Com alegorias originais e inovadoras, a escola conseguiu produzir um espetáculo visual perfeito.
O abre-alas, reproduziu o incêndio que destruiu a Biblioteca de Alexandria na Antiguidade, encantou o público e foi aplaudido do início ao fim. Em termpos de Movimento Brasil Literário e da Campanha por mais livro e leitura na programação das tvs abertas, a consagração da Unidos da Tijuca, além de confirmar que livro também dá samba, vem mostrar que apostar nos livros e na leitura literária é sempre uma grande ideia!

Espaço Jô Oliveira

Vejam só que bacana! Temos a honra de conferir aqui no Espaço Jô Oliveira um trabalho ainda em estudo, não sabemos se irá ou não estampar as páginas de algum livro, mas já podemos conhecer em primeiríssima mão este desenho que ainda faz parte das experimentações do ilustrador ainda descobrindo a história dentro dele! Com vocês ( talvez) João Grilo, por Jô Oliveira.
"Olá Aless,

Recebi um texto do cordelista Arievaldo Viana sobre a infância do famoso João Grilo, personagem muito festejado do cordel nordestino.Ainda não achei a maneira certa de ilustrar esse livro. Estou lhe mandando uma primeira tentativa.
Beijos ,
Jô Oliveira."

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Dica de Leitura

O céu, se pudesse ser traduzido numa só palavra
, talvez se explicasse melhor sendo só poesia! Neste livro, Roseana Murray, que tem versos no olhar e enxerga tudo com oum lirismo delicioso, fisga uma estrela cadente e nos leva a passear por mistérios e solidões que só a amplidão celeste consegue abrigar e guardar e revelar, às vezes, de forma desconscertante até. Poemas do céu é uma coletânea que reúne bem mais que infinito e e belezas siderais, revela no olhar poético da autora e da ilustradora, Mari Inês Piekas uma cumplicidade apaixonada. Cores e palavras se tecem em harmonia e a cada página nos convidam a desamarrotar nossas próprias asas para passear com elas entre os astros celestes. O livro é da Editora Paulinas e foi lançado em 2009. É daqueles que a gente não consegue largar e que mesmo depois de terminado, fica bem perto pra ser relido, abraçado, guardado entre os livros do coração!

Minha História de amor pelos livros, por Dalva Moura

A Dalva é dentista e também contadora de histórias, mora em Natal, no Rio Grande do Norte e também mandou uma história de amor à leitura para o Concurso do blog. Abaixo um trecho da história dela

"A única certeza que tenho no que diz respeito a esse amor que aqui vou tentar justificar, é que ele é tão antigo, precioso e encantador que chego a me confundir, se realmente existiu um espaço de tempo onde este grande bem querer foi plantado em mim, ou se já nasci com ele, herança de um pai que apesar de não possuir diplomas acadêmicos tinha uma íntima relação, extremante prazerosa com a leitura.

Me pego sorrindo, como criança buliçosa, que remexe escondidinha os grandes tesouros de um velho baú..."
Para ler tudo clique aqui

Se você também tem uma história de amor pelos livros, manda pra gente alessandraroscoe@uol.com.br , pois ela aqui vale prêmio!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Campanha por mais livro e leitura na programação das Tvs


Carta Aberta:

O que falta para que o Brasil seja realmente um país de leitores?

Falta muito. Falta garantir a todos os brasileiros o acesso ao livro e às bibliotecas. Falta desvincular a leitura do rol de obrigações escolares, falta acreditar no poder do imaginário e da fantasia para transformar realidades. Falta o incentivo para que ler seja, acima de tudo, o que realmente é: um grande prazer! Falta, principalmente, fazer com o que a leitura esteja em toda a parte e que seja incluída no repertório de atividades das quais as pessoas não queiram abrir mão ou deixar em segundo plano. Na luta para que o Brasil se torne um país literário, estão unidos escritores, ilustradores, editores, livreiros, entidades das mais diversas áreas de atuação, anônimos... Várias ações se desenham e ganham força, na tentativa de ver a vontade de tantos se concretizar em ações. A semente plantada pelo Manifesto por um Brasil Literário, escrito e tornado público pelo escritor Bartolomeu Campos de Queirós começa a dar frutos. Uma grande campanha está sendo articulada com apoio e recursos institucionais e não são poucas as pessoas dispostas a dar vez e voz aos anseios de tornar o Brasil um país no qual se valorize com todas as letras a leitura literária, aquela que segundo Bartolomeu, "promove em nós um desejo delicado de ver democratizada a razão. Passamos a escutar e compreender que o singular de cada um - homens e mulheres - é que determina sua forma de relação. Todo sujeito guarda ,bem dentro de si, um outro mundo possível. Pela leitura literária esse anseio ganha corpo... E tudo, a literatura realiza, de maneira instransferível, e segundo a experiência pessoal de cada leitor. Isto se faz claro quando diante de um texto nos confidenciamos: 'ele falou antes de mim' ou 'ele adivinhou o que eu queria dizer'."

Ainda temos um longo caminho a percorrer para que esse "tudo" que a literatura é capaz de realizar esteja ao alcance de todo cidadão brasileiro. E, com certeza, o caminho se tornaria bem mais curto com a ajuda do chamado quarto poder! Os meios de comunicação de massa são armas poderosas e especialmente a TV com sua enorme audiência poderia fazer muito pela literatura. Incluir o livro e a leitura em sua programação seja ela ficcional ou real, já seria um grande começo. Por enquanto são raríssimas, quando não ausentes, as cenas nos programas e nas novelas em que o livro aparece! Na ficção, sobram tentativas de imitar a realidade: personagens vivem dramas e cotidianos bem parecidos com o de muitos na vida real. E nunca ( ou quase nunca) lêem, frequentam bibliotecas, clubes de leitura, falam de livros, têm o rumo de suas vidas mudadas a partir do encontro com a literatura. Nunca presenteiam outras pessoas com livros. Na ficção das novelas e mesmo nos programas da Tv aberta, a literatura é praticamente ignorada. Crianças, jovens e adultos aparecem diante das câmeras nas mais diversas situações, influenciam comportamentos e hábitos ( não é à toa que o merchandising de produtos é cada vez mais presente na telinha) e infelizmente não incluem o mundo do livro e da literatura. Isso precisa mudar! É um pequeno passo que pode encurtar distâncias e fazer toda a diferença!

Essa é a carta que a Campanha por mais livro e leitura na programação das Tvs vai protocolar formalmente na direção da ABERT ( Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) e encaminhar às diretorias de programação de todos os canais de Tv aberta no país. Vou acrescentar ao documento todos os comentários feitos nas postagens sobre a campanha e as matérias veiculadas na web e nos jornais sobre a Campanha. Quem quiser se manifestar ainda está em tempo!



sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Casa de Autores no Correio Braziliense

Casa de Autores

Correio Braziliense
Diversão & Arte
Para a criançada ler
Brasília, DF - sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Fotos: Gustavo Moreno/CB/D.A Press e Valério Ayres/Esp. CB/D.A Press


Maria Célia e Raquel vivem a dupla Racumim e Racutia (acima). Alto, Alessandra e a filha Bia mostram os livros feitos em família.

Muitos começam contando histórias para os filhos, outros trabalham em educação e há aqueles que buscam um novo estilo literário. No fim da história, todos são escritores infanto juvenis de primeira
Nahima Maciel
O livro infanto-juvenil foi o segmento mais produtivo no mercado de venda de livros no Brasil durante o ano de 2009. Uma pesquisa da Associação Nacional de Livrarias indica que a produção literária para crianças e adolescentes passou à frente da ficção e da religião. O segmento vende bem, mas também produz muito. A jornalista Alessandra Roscoe é um reflexo do fenômeno. Em 2006 publicou o primeiro livro e, desde então, assina cinco títulos disponíveis no mercado e tem mais seis para serem lançados este ano. Alessandra faz parte de um grupo de autores recém-chegados ao universo da literatura para jovens leitores. São escritores que descobriram o nicho nos últimos sete anos, gente que começou a escrever para o público mirim e não quer mais saber de outra coisa. Em Brasília, boa parte deles integra a Casa de Autores, instituição fundada pela livreira Íris Borges para reunir autores radicados na capital. A própria Íris, ao lado de cinco autores selecionados pelo Diversão & Arte, é estreante no mundo da literatura infanto juvenil. Veja abaixo o que há de novidade na produção brasiliense do gênero e quais são os novos nomes desse cenário.
Parceria em família
Foi a filha Beatriz quem motivou a jornalista Alessandra Roscoe a transpor para o papel as histórias contadas antes de dormir. A primeira, A menina que pescava estrelas, ganhou ilustrações da própria Bia, na época com 5 anos, e foi publicada em 2006. Pouco depois, a história da garota que roubava as estrelas do céu virou filme de animação e motivou a família a investir num segundo livro. O jardim encantado também nasceu da invenção de histórias que Alessandra conta todas as noites para Bia e os dois irmãos, Felipe e Luiza. Minhas histórias partem do meu dia a dia com as crianças. Felipe estava estudando os bichos de jardim e em processo de alfabetização. Um dia, fazendo com ele a tarefa de casa, criei o texto que explora a musicalidade das palavras e trabalha a questão da diferença. Então fiz a história da joaninha que tem só uma pintinha.
A fada emburrada, terceiro a ser publicado e campeão de vendas entre as histórias assinadas por Alessandra, começou a tomar forma quando Bia ficou emburrada durante um almoço de família e O jacaré de bilé, inspirado em Felipe, ganhou ilustrações de Ítalo Cajueiro. Este semestre será a vez de O menino que virou fantoche. O escritor de literatura infanto-juvenil ainda é considerado um escritor menor e isso é uma briga grande porque temos literatura infanto juvenil de altíssima qualidade. E literatura não tem idade , avalia Alessandra. Estou lançando seis livros em um ano e é absurda a quantidade de editoras especializadas em infanto juvenis no Brasil. É um bom produto, apesar de toda uma cultura da não leitura e de pai que compra brinquedo, celular e tênis mas acha caro dar R$ 30 em um livro. Para o aniversário de 50 anos da capital, Alessandra também lançou Brasília em figurinhas, álbum que conta a história da cidade com texto e autocolantes de fotografias. Foi adotado em várias escolas e a primeira edição, de dois mil exemplares, está esgotada. Para Luiza, Alessandra já tem prontas outras histórias.
Rato do acaso
Foi na Biblioteca Livre da Escola Classe 18, em Taguatinga, que Racumim e Racutia ganharam corpo e história. A dupla de professoras Maria Célia Madureira e Raquel Gonçalves Ferreira inventou os personagens para facilitar a aproximação entre as crianças e os livros. O sucesso levou os bichos para o papel. Célia e Raquel publicaram a primeira história de Racumim em 2005 com o título de Deu rato na biblioteca. Em seguida vieram Os amores de Racutia e O rato adormecido. Na verdade a gente nem tinha a intenção de escrever livros, começamos a montar histórias para poder apresentar na escola e incentivar as crianças a irem à biblioteca, porque biblioteca em escola pública não é biblioteca, é puxadinho , lembra Célia. Lançamos três livros, mas temos uns nove na gaveta. Enquanto as histórias não saem da gaveta, vestidas de Racumim e Racutia, Célia e Raquel encenam as narrativas inéditas na entrada da biblioteca e em outras escolas.
Inspiração escatológica
As histórias inventadas por Eduardo Loureiro não têm bailarinas, príncipes e princesas. Pode até ter gente de contos de fadas, mas eles nunca serão tão certinhos, limpinhos e organizados como os personagens clássicos. Os heróis de Loureiro falam de pum, meleca, morte e depressão. Várias das minhas histórias tratam de questões mais delicadas. São assuntos que vêm de uma forma natural, penso que a gente não deve criar um mundo cor de rosa para criança, a criança tem habilidade de lidar com tudo , acredita o autor, que publicou o primeiro livro, A concha e a borboleta, em 2000. Gosto de pensar que escrevo para a criança interna de todo mundo. Comecei fazendo textos que eram para adultos, mas com formatação infantil , avisa o professor de pedagogia e cronista cearense que veio morar em Brasília há três anos e guarda uma gaveta com 40 histórias inéditas em busca de uma editora.

Íris Borges entre seus pequenos leitores: “Sempre quis escrever livros sobre livros”

Outros novos nomes da literatura infanto juvenil brasiliense também buscam se consolidar num mercado que cresce e absorve novas linguagens e nuances, como Alexandre Lobão, Rosângela Rocha e Íris Borges:
Verdade com magia
A experiência da paternidade levou Alexandre Lobão em direção à literatura infanto-juvenil. Foi para a filha que ele criou A verdadeira história de Papai Noel, narrativa publicada em 2008 com a qual procurava responder à dúvida da menina sobre a real existência do velhinho. Inventei uma história e gostei. Depois escrevi dois outros livros usando a mesma experiência de pai. No ano passado foi a vez de Uhuru, a ficção histórica sobre escravidão e liberdade. Formado em ciência da computação e funcionário do Banco Central, Lobão escreve desde 1982, mas concentra suas histórias no universo adulto e juvenil. A incursão na literatura infantil veio com a necessidade de contar histórias para os filhos.
Formação
Depois de publicar quatro romances, Rosângela Rocha quis mudar o leme da própria escrita e decidiu investir na literatura infanto juvenil. Em 2008, A festa de Tati trouxe a história de uma menina com necessidades especiais. Rosângela queria levar as crianças a refletir sobre as diferenças, tema recorrente na literatura concebida para o público infantil. No ano passado, a autora resolveu visitar temas históricos com Dias de santos e heróis. Em 19 poemas, Rosângela conta a origem de certas datas cívicas e heróis brasileiros. Gostei muito e acho que não paro mais de escrever para criança , garante. Sempre tive uma inquietação (com literatura infanto juvenil) e tem horas que a gente fica desanimado. É muito importante a formação do leitor e sempre tive vontade de experimentar escrever para criança. Professora aposentada da Faculdade de Comunicação da UnB, Rosângela agora espera que alguma editora se interesse pelos outros quatro textos infanto juvenis concebidos no último ano.
No mundo dos livros Íris Borges nunca pensou em escrever para crianças. Há mais de três décadas se dedica à promoção do livro e da leitura em Brasília. Já esteve à frente da Feira do Livro, presidiu a Câmara do Livro do Distrito Federal e fundou a Casa de Autores. Mas um amigo editor lançou a provocação e Íris aceitou. A série Eu amo começou a ser publicada no ano passado e virou uma homenagem ao mundo do livro. É uma declaração de amor , revela a autora. Sempre quis escrever livros sobre livros. Em cinco volumes, a autora conta o processo de produção do livro desde a criação da narrativa até a publicação. Eu amo escritores, Eu amo ilustradores, Eu amo editoras, Eu amo bibliotecas e Eu amo livros conduz o leitor por esse universo. Este ano, Íris ainda lança Rosa morena, texto ilustrado por Jô Oliveira sobre uma menina que adora viver e está sempre alegre.

Espaço Jô Oliveira

A imagem da Logomarca Ruarte estava com definição muito baixa, por isso resolvemos trocar, mas ainda em clima carnavalesco, Jô nos presenteia com o Guerreiro do Maracatu Rural!


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Brasília, outros 50 anos!

Artistas e fazedores de cultura da cidade decidiram juntar forças e mais do que abominar os desmandos que ultimamente têm colocado Brasília mais uma vez no foco de graves denúncias de corrupção e desgoverno, fazer uma festa digna dos 50 anos da Capital. Intitulado movimento Brasília, outros 50 anos, eu acredito, uma festa do povo de Brasília, o aglomerado de talentos locais promete agitar e garantir uma programação paralela à oficial e já questionada Festa dos 50 anos. Rênio Quintas, Célia Porto, Vladimir Carvalho, Nicholas Berhr, Tânia Quaresma e muitos outros músicos, escritores, poetas, atores já se deram as mãos e trabalham em busca de recursos próprios e apoios para dar à cidade a Festa de Cinquentenário que ela realmente merece.
Contos,cantos e encantos defende essa causa!
Para saber mais sobre a iniciativa basta entrar no blog do movimento: aqui

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Minha História de amor pelos livros

A Cíntia Moreira nasceu em São José dos Campos e hoje vive em Jacareí, também no interior de São Paulo. Tem 35 anos, é especialista em Arteterapia e trabalha com educação. Mandou para o Concurso uma bela carta falando de seu amor pelos livros em todos os sentidos:

"Ai adoro cheiro de livro novo! A livraria é um paraíso! Aquele tanto de cores, a sensação boa do toque na capa lisinha, livre de marcas ou manchinhas de manteiga. As folhas sem orelhas, prontas pra uma nova aventura, convite a um mundo de descobertas. As ilustrações- reveladoras ou instigantes. Um autor novo ou um velho conhecido. Não resisto...


Ai, adoro livro velho! O sebo é um paraíso! O cheiro e as páginas amareladas. Aquele mundo de histórias que já passaram pelas mãos e pelos olhos de alguém, as marcas deixadas pelas incontáveis leituras. Sempre dou uma volta pelo sebo como se mergulhasse em um grande baú de histórias, imagino os antigos donos, o motivo da dispensa do livro, histórias alegres, tristes, de amor, de intrigas, de saudades. Não resisto... "

Para ler a carta completa com a história da Cíntia clique aqui

Vários depoimentos estão chegando. Aos poucos estarão aqui para serem apreciados por todos! O concurso segue recebendo por e-mail alessandraroscoe@uol.com.br os relatos de histórias de amor aos livros. A melhor história será presenteada com um kit de livros.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Movimento por um Brasil Literário inicia mais uma grande ação!

O Movimento Brasil Literário http://www.brasilliterario.org.br/ surgiu em 2009 durante a Flip - Festa Literária de Paraty com a leitura de um manifesto escrito pelo poeta Bartolomeu Campos de Queirós. A ideia é divulgar a importância da leitura literária e de seu incentivo sempre! As mudanças que a leitura pode fazer na vida de uma pessoa e de uma sociedade vão entrar em cena a partir de agora na nova ação do Movimento que desde sua criação, de forma independente vem ganhando apoiadores e defensores. Contos,cantos e Encantos luta também por um Brasil Literário e acredita na causa!
Nos próximos meses o Movimento por um Brasil literário irá colher depoimentos de brasileiros de diversos estados sobre a relação de suas vidas com livros de literatura. “Queremos mostrar como brasileiros de diferentes pontos do país se identificam, se unem por meio do livro, da leitura literária”, explica Duto Sperry, diretor da campanha. “Cada um vai falar sobre sua experiência com a leitura e as vivências que o livro lhes proporcionou. O objetivo é que cada vez mais gente tenha assegurado o direito à leitura de literatura”, completa.

As filmagens começam no final do mês. Conforme a equipe de produção for chegando aos municípios, haverá uma mobilização em torno do tema. Os vídeos recém-editados estarão disponíveis no site, para que todos possam acompanhar essa caravana por um país que lê. Os depoimentos captados farão parte também de um documentário cujo lançamento acontecerá durante a Festa Literária de Paraty, em agosto de 2010.
A campanha está em fase de captação de recursos e conta com o apoio do Instituto C&A para iniciar os trabalhos.
No site do movimento é possível assinar o Manifesto. Aqui, faremos a a partir de agora um chamamento mensal para que mais e mais pessoas se juntem ao Movimento.

Dica de Leitura

O que são as lembranças senão formas de reviver coisas que vivemos e que passamos? Neste delicado livro de Luciano Pontes com ilustrações de Rosinha, publicado pela Larousse Junior o autor e a ilustradora nos pegam pela mão e nos conduzem a um passeio pelos mistérios da memória. A história de uma menina chamada Lembrança reforça em nós, em todos nós a presença contínua das nossas próprias lembranças e o neologismo que dá título ao livro, deslembrar, é impregnado de poesia. Quando ensina que há lembranças que nos fazem felizes e repletos e outras que nos entristecem, a menina Lembrança, mais do que esquecer o que não quer sentir de novo, prefere deslembrar.
O livro também conta que todo mundo tem uma menina Lembrança por perto, até eu e você! E pra que ela fique sempre viva e cresça cada vez mais, basta lembrar, lembrar e lembrar. Ah!  E se a coisa não estiver do seu jeito que você quer, é só deslembrar!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Espaço Jô Oliveira



"Aless,




Este é um livro com uma grande coletânea de cordéis sobre o presidente Lula.

A editora IMEPH é de Fortaleza e o autor responsável por este trabalho é de Natal.

Fiquei muito feliz por ter sido convidado para fazer a ilustração da capa.

O livro tem mais de 500 páginas e eu acabei de vê-lo na Livraria Saraiva!"





quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Mais um resultado positivo!

A Campanha por mais livro e leitura na programação das tvs abertas marcou mais um ponto! Vai ao ar nesta quinta-feira no fim do capítulo de hoje da novela Viver a vida mais um depoimento que tem o livro como ponto de partida para a superação! Fui avisada por e-mail pela diretora da emissora, Maria Rodrigues, responsável pelos depoimentos finais e reais que encerram diariamente o folhetim global, de que hoje será veiculada a história de um ex-presidiário que teve a vida mudada por causa dos livros. Fico muito feliz. Àqueles que me perguntam sempre porque tenho feito tanta propaganda da novela de Manoel Carlos e mesmo de alguns outros programas da Globo, explico: a campanha Por mais livro e leitura na tv está no ar desde 18 de novembro último. Foram disparados e-mails para todas as emissoras, ganhei vigilantes de plantão e só me chegam notícias de citações e aparições de livros na Globo. Agradeço a todos que têm ajudado a divulgar a iniciativa e àqueles que mais do que apoiarem a ideia estão nos dando vez e voz!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Concurso Contos,cantos encantos "'Minha história de amor pelos livros"

"Meu encontro com Lygia Bojunga Nunes


Aconteceu de forma simples e ao mesmo tempo fantástica. Sempre ouvi falar da Lygia, e lembro de ter lido trechos dela em livros didáticos quando ainda era pequena. Depois que cresci, ouvia falar de "A Bolsa Amarela (1976)", mas o interesse pra ler não foi intenso.

Minha tia Bel estava lendo o livro, na aula de matemática, depois teve que se separar do livro por conta das férias. Como trabalho em uma escola, fiquei de encontrar o livro pra ela na biblioteca.

Descobri-o. Em vez de levá-lo à minha tia, fiquei quieta e li, li no ônibus, voltando pra casa. Quando cheguei a casa, já havia lido e desejava mais. Voltei à biblioteca no outro dia e descobri os tesouros da Lygia guardados ali no pó, alguns novinhos, outros já lidos, folheados.

Mais que depressa separei todos e levei pra casa para ler..."

Jaqueline Flores dos Santos

O relato da Jaqueline foi encaminhado para o "Concurso Cultural Contos,cantos e encantos: Minha história de amor pelos livros" e já está concorrendo. Para ler a carta completa clique aqui
Para participar é só enviar por e-mail alessandraroscoe@uol.com.br um relato sobre seu amor pelos livros e pela leitura. A melhor história vai receber um kit de livros de presente!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Dica de Leitura

Silvana Tavano é poeta de palavras lapidadas, sabe contar uma história com doçura e delicadeza.  Mas neste Como Começa, da Editora Callis, com lindíssimas ilustrações de Elma tudo começa e termina com encantamento!


O livro não tem uma história com começo, meio, fim e personagens se aventurando, tece no fio da imaginação, um milhão de histórias possíveis e impossíveis. Silvana e Elma nos convidam a uma viagem pela fantasia e ensionam que cada coisa tem um jeito de começar...




E tem mesmo! Saber onde começa isso e termina aquilo não é tão importante como começar a pensar! Esse é o grande recado aos leitores. O livro é maravilhoso, daqueles que a gente lê, relê e nunca se cansa de estar perto dele, de falar dele, de mostrá-lo, exibi-lo a todo instante. Depois de algumas releituras, a gente fica se perguntando onde começa o nosso deslumbre com tudo o que impregna as páginas de Como começa? Não saberia responder, talvez saiba de muitos jeitos, mas sempre com a retina repleta de poesia!


Pois depois de embarcar nas páginas do livro o que menos importa é ter uma única resposta, ou mesmo qualquer resposta. A sensação que fica é a de que nenhuma resposta valerá tanto quanto a alegria de ter feito a pergunta!