terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Uni duni ler 2012


Hoje foi dia de retomar as atividades do clube de leitura dos bebês! Agora somos uma ação de leitura cadastrada na Fundação Biblioteca Nacional. Receberemos em breve 433 novos livros pelo programa Livro de Baixo Custo, teremos um guia de leituras indicadas para bebês e pré-leitores com resenhas baseadas nas experiências de nossas leituras partilhadas e já estamos planejando várias ações  e encontros festivos. O ano de 2012 promete muitas alegrias e surpresas. Nossa ciranda literária semanal continua na Cei Assefe, sempre às terças-feiras e outros dois grupos, inspirados no nosso Clube de Bebês Leitores já estão sendo formados em duas outras escolas. É o Uni duni ler ampliando sua área de atuação. Que 2012 seja um ano de muitas leituras! Em breve as fotos da nossa retomada hoje!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Dica de Leitura


Aproveitando a onda de popularidade dada ao personagem Hugo Cabret por conta do filme de Martin Scorcesse, indico novamente por aqui a leitura do livro que inspirou o filme.  A invenção de Hugo Cabret é contagiante da primeira à última página. Este é daqueles livros inesquecíveis para ser desgustado não uma, mas várias vezes. Acabei de reler quase que de uma só vez. A invenção de Hugo Cabret, de Brian Selznick, da Edições SM é um livro cinematográfico. Não teriam mesmo como não ir parar na telona.
Devorei-o sem conseguir parar até chegar ao fim... O livro é uma "novela gráfica" e se a espessura pode até intimidar os leitores menos intrépidos, a sensação de desconforto acaba assim que se mergulha na história já nas primeiras páginas. A história é envolvente e fascinante para leitores pequenos e grandes. É uma obra única, inclassificável. A invenção de Hugo Cabret - novela em palavras e imagens é um livro infanto-juvenil, que cativa em tudo! É uma lindíssima obra de arte, com design, textos e ilustrações também de Selznick. É leitura visual para se contemplar, se perder nos detalhes. Com uma escrita simples e muito bem estruturada, A invenção de Hugo Cabret acontece a um ritmo eletrizante, entre textos curtos e longos, entre páginas simples, duplas ou seguidas de ilustrações, sempre a carvão, sempre a preto e branco, tal como nos primórdios do cinema! No site, dedicado à obra e ao autor, é possível saber muito mais sobre toda a produção do livro. Mas o melhor é correr a uma livraria e garantir o seu! e só depois ir ao cinema. No entanto, se você já viu e filme e ainda não leu o livro, estou certa de que não resistirá!

Nicho repleto de histórias

                                                                foto: O vendedor de livros web       
A escada e os livros eu já tenho! Falta a biblioteca!

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Poema mínimo de Carnaval




               Sem folia, sem alegoria,  sem fantasia, hoje eu quero só poesia!


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Onde minha paixão pela Literatura começou! Uma história pintada em amarelo!

Dia desses, num encontro com leitores em Porto Alegre, durante a 57a Feira do Livro, uma criança perguntou-me se minha cor favorita é amarelo! Eu quis saber o motivo da pergunta e o garoto, do alto de seus seis anos de idade, disse que tinha percebido em minha obra, que o amarelo tinha sempre destaque. Ele que na escola havia lido todos os meus livros, saiu enumerando: o cogumelo onde mora a Joaninha do Jardim Encantado, é amarelo; o boi da História pra boi casar, tem a cara amarela, o Ipê que tanto encanta o JK, o lobo-guará, é amarelo; a fada do Menino que virou fantoche é amarela, a lua da Menina que pescava estrelas é redonda e amarela! Nem eu tinha me dado conta do tanto de amarelo que salpiquei em minhas histórias e hoje ao me deparar com a primeira coleção de livros que ganhei, quando criança, entendi tudo! Os livros Jóias dos Contos de Fadas eram todos amarelos!

 Eu não sabia juntar letra e formar palavras quando ganhei os livros, mas aprendi a libertar o imaginário e a sonhar muito folheando aqueles livros. Foi o presente mais incrível que meus pais me deram. Ali foi plantada a semente do que hoje frutifica em mim: a paixão pela leitura, pelos livros, pela palavra!

 Os livros não tinham nada de mirabolante, além é claro, de ótimas histórias e ilustrações encantadoras. Fizeram parte de minha infância e mudaram a cor dos meus dias!

 As imagens eu carrego comigo, plenas de uma alegria que nem sei descrever. Por anos e anos tudo que era girafa pra mim tinha a pose da Josefina!
E nenhuma noite de sono poderia ser perfeita sem o guarda-chuva mágico do Mequetrefe. Os contos de Andersen povoam os sonhos de muitas infâncias e em todo o mundo e hoje eu pude entender que guardadas nas gavetas mais ternas das minhas memórias felizes dos tempos de criança estão aquelas histórias, muitas lembranças e todas pintadas de amarelo. Coincidência ou não o nome do garoto gaúcho que me deixou com o sorriso amarelo por saber mais coisas de mim que eu mesma sabia é Anderson!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Dica de Leitura


A meninada de hoje talvez não saiba, nem imagine a emoção de uma viagem de trem! Resta aos livros e aos filmes reconstruir este mistério nas histórias. No Brasil ainda há alguns trens de passageiros e em alguns cenários eles até retomam o clima bucólico dos tempos em que as estações e ferrovias faziam parte do cotidiano das cidades. Pra quem viveu a magia das viagens de trem, um encontro como o que proporciona a linda história escrita e ilustrada por Cláudio Martins e publicada pela Editora Positivo na coleção de Fio a Pavio, é no mínimo uma festa! A história acorda memórias, cheiros e sensações.  Revela a magia da primeira viagem de trem do personagem que vê vacas e paisagens a voar do lado de fora, com tudo ganhando asas nas molduras da janela de um trem! Entende que é o trem que faz as nuvens e voa também pelos trilhos de um outro tempo! Com texto cheio de ritmo e poesia e ilustrações plenas de cor e detalhes. Cláudio Martins leva o leitor a embarcar com a história no seu trem! Ao terminar a leitura a gente sabe bem a resposta ao título do livro: O que tem o trem? Tem alegria, fantasia, brincadeira saudade e tudo mais o que a imaginação permitir!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

No meio da minha rua tem um Ipê...


A natureza tem o dom divino de me surpreender sempre. Esta explosão de cores faz parte do meu cenário diário: o Ipê  que passa quase o ano todo esquecido na rua que dá acesso à minha casa, vez ou outra, inadvertidamente, em pleno fevereiro, decreta em roxo sua primavera e cospe buquês de um lilás intenso, quase que da noite para o dia! Numa terça, parecia inerte em seus marrons, só os galhos secos retorcidos. De repente, no meio da quarta-feira, como se pintado a mão por algum impressionista, ele tinge a paisagem...

 Uma semana já se vai do presente inesperado e estonteante e outra constatação me faz ganhar o dia. O ipê do cerrado é também um sopro de esperança ao mostrar que mesmo a decadência pode ser incrivelmente maravilhosa. Talvez amanhã volte a ser apenas lembrança de primavera, emaranhado de galhos secos, mais uma árvore entre as tantas que completam o cenário da rua, esquecida, sem cor, sem nada... No entanto, já terá inundado o olhar, a memória e o sentimento de tanta gente! Já nos terá feito pensar neste ciclo interminávél da vida e terá escrito com suas pétalas no ar e no chão: SEMPRE VALE A PENA!

A árvore se desmancha no gramado, se transforma, como nós nos transformamos o tempo todo , fica o tapete perfumado que muitos olhares apressados se esquecem de enxergar! Eu parei, respirei bem fundo e com receio de que a memória um dia me roube esta alegria tão plena, decidi eternizar em imagens e palavras a beleza que tive a sorte de contemplar. Mais do que isso, decidi partilhar toda a beleza!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Dica de Leitura



Porque todo dia é dia de poesia, a Dica de Leitura da semana vem carregada de versos e rimas, de ritmo e prosódia! Bolinho de chuva e outras miudezas de Paulo Netho com ilustrações de Carla Irusta está entre os lançamentos da Editora Peirópolis e surpreende desde a primeira página! O livro encanta em tudo: na delicadeza dos versos do poeta, na beleza das ilustrações, no formato, gostoso de manusear! E mais do que encantar, o livro nos faz viajar pela memória, pelas boas lembranças da infância carregada de simplicidade e brincadeiras. Tem rima, tem música, tem fantasia e muita imaginação!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Atrás do Olho Fechado no forno da Editora Callis


Este foi o livro que mais demorei a escrever. São 40 microcapítulos que nasceram de muitas vivências minhas, de um bocado de sonhos e desejos acumulados e da vontade enorme de partilhar muitas histórias. É diferente de tudo o que já escrevi, pois se abastece de real e fantasia, traz dores e amores que são também dores e amores meus. São escritos impregnados de muita emoção e que misturam cotidiano, mundos inventados, poesia, música, literatura e culinária pra celebrar todos os sentidos! Surgiu de uma frase pronunciada por minha filha mais velha, quando era ainda uma criança de pouco mais de dois anos.  Ela havia acordado de madrugada chamando pelo nome de um primo que acabara de conhecer. Eu fui até a beira do berço e perguntei na penumbra, carinhosamente se ela havia sonhado com o priminho, quando então, a pequena presenteou-me com a mais poética definição de sonho: "Não mamãe, eu estava brincando com o João, atrás do olho fechado!" Anotei a frase e tudo o que ela provocou em mim naquele instante e anos depois rabisquei um poema, mas ao mostrá-lo ao meu primeiro leitor crítico, Orlando, marido e parceiro também neste livro, pois concebeu com o amigo Cope Gutierrez a quatro mãos entre Madri e Brasília, a linda trilha sonora que acompanha o livro. Os dois fizeram uma suíte baseada na canção da história. Depois de ler, Orlando foi categórico ao dizer que o poema era singelo demais para o potencial da definição poética que eu ganhara de presente. Foi a melhor coisa que poderia ter dito. No mesmo instante comecei a escrever o livro. De uma só vez, nasceram 14 capítulos, mas a história empacou. Precisei de outros quase quatro anos para terminar. Entendi bem depois que precisei viver outras histórias antes de terminar esta. Atrás do Olho fechado sai pela Callis nos próximos dias, com lindas ilustrações de Camila Carrossine e um projeto gráfico ousado. É livro pra ser lido por pais e filhos de todas as idades, é para ser lido aos pequenos ainda não alfabetizados, pelos pais, ou por quem quiser partilhar leituras com os mais miúdos e também pra ser lido independentemente por aqueles que já sabem ler ou estão aprendendo. Como os capítulos são bem curtos, é possível criar o hábito da istória de ninar, do livro de cabeceira.
Estou muito feliz e ansiosa pra saber o que os leitores vão achar. Atrás do olho fechado já está em fase de finalização e até março deve estar nas livrarias!