quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O Bilé não está competindo no Pan, mas anda nadando na Blogosfera!


Vez por outra me surpreendo com as opiniões que chegam sobre meus livros por e-mail, em comentários aqui no blog e nas Redes Sociais. A resenha aí de baixo me chegou pelo Facebook e eu copio aqui pra quem não está por lá. O bilé só me traz alegrias. Este ano saiu em nova versão com o cd das músicas. Adorei saber que o pequeno pedro está entre os fãs deste jacaré que sonhava poder jantar a lua!

O JACARÉ BILÉ, O MARXISMO E A LUA NA ÁGUA


                                        O Jacaré Bilé - de Ítalo Cajueiro e Alessandra Roscoe

Caiu de paraquedas na minha mão hoje o livro do Ítalo Cajueiro e da Alessandra Roscoe, “O Jacaré Bilé”. Muito legal. Recomendo. Li pro Pedro e ele saiu contando pra todo o mundo sobre o jacaré que achava que a lua fosse tapioca. Imagem super divertida.
Aliás, o livro é cheio de imagens bem definidas e poéticas.
Bem diferente dessa literatura infantil, que empurra mensagens moralistas pras crianças, com o propósito de civilizá-las.
Nada contra a chamada literatura instrumental-pedagógica. Mas tem um fundo de verdade na tese de um amigo (inteligente, mas marxista) segundo a qual essas histórias moralistas não passam de uma colonização do cérebro da criança. Dedução curiosa, né? Mas tem a ver. (É incrível como os esquerdistas conseguem dar plasticidade pro marxismo.)
Em  O Jacaré Bilé não vi nada disso. A pequena e engenhosa historinha é redonda, com um ritmo cadenciado pra uma leitura em voz alta. O texto vem sapecado de imagens bem construídas – como a do reflexo da lua no açude, que enche a pança do jacaré. Lindo!
Gostei bastante da arte-final. Os desenhos seguem o texto, mas tecem uma narrativa própria, que ora ilustra, ora pega um atalho pra reencontrar o fio-da-meada lá na frente. No meio da leitura, Pedro comentou sobre alguns desenhos que a ele pareceram se destacar da história.
Acho que são esses os segredos de uma história infantil bem construída. Texto sonoro e ritmado. Imagens bem desenhadas. E arte-gráfica que dialoga com as palavras e não se limitam em tentar ilustrá-las.
As reações que Pedro teve durante a leitura mostram que o livrinho dialogou como o cérebro dele – uma criança de seis anos.
Leio incansavelmente pra ele. Sei que pouca literatura voltada pras criança consegue alcançar esse objetivo: se comunicar com elas, respeitando a dinâmica de seus cérebros.
Legal saber que tem gente em Brasília que consegue fazer isso. Quem sabe é no livro infantil que a literatura brasiliense vai conseguir o que ainda não alcançou: público-leitor.

Na Livraria Cultura tem: http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?isbn=9788578480141&sid=62497122913531599566168346

Resenha de Luiz da Motta no blog Biblioteca do Pedro: http://bibliotecadopedro.wordpress.com/2011/10/16/37/

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