segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Dica de Leitura
Este livro vai e vem na minha sacola de leituras. Está sempre entre uma mediação e outra. Falei tanto dele nas duas últimas semanas que não pude deixar de voltar a ele aqui também, na Dica de Leitura. Em tempos de comunicação acelerada, a história de A grande fábrica de palavras faz pensar e fala fundo ao coração. Muitos falam demais, comunicam de menos. Alguns calam o tempo todo e sentem-se angustiados por não conseguirem expressar o que sentem ou pensam. Para todos, o recado deste livro é certeiro. Agnés de lestrade e Valeria Docampo com texto carregado de emoção e ilustrações delicadas e repletas de simbolismo nos levam a um país onde as palavras precisam ser compradas e custam caro. Algumas vêm voando no vento, outras pouco usuais são achadas em latas de lixo, mas não servem pra muita coisa e só mesmo quem tem muito dinheiro pode sair falando o que bem quer. O livro publicado em edição bem cuidada, com capa dura, pela editora Aletria nos cala de uma forma arrebatadora, fala de paixão, amor, poder e determinação ao contar a história de um menino pobre, chamado Philéas que se apaixona pela vizinha de rua Cybelle e não pode declarar seu amor por não ter palavras pra isso. Enfrenta ainda a concorrência de Oscar cujos pais ricos compram-lhe sempre inúmeras palavras. Philéas só conseguiu pescar com sua rede de borboletas três palavras que não significam muito: cereja, poeira e cadeira. Ouve Oscar, seguro se declarar para a menina com muitas frases e sem ter alternativas sopra para a amada suas três palavras. A menina sorri e apesar do silêncio a que estão condenado por não poderem comprar muitas palavras, Philéas e Cybelle se entendem. O final da história é surpreendente e emociona pra valer. A grande fábrica de palavras, fala, faz calar e, acima de tudo, faz pensar no que realmente é imprescindível dizer!
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Um comentário:
Tenho e adoro esse livro! Ótima dica! Beijos.
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