quarta-feira, 13 de abril de 2011

Poesia na banalidade

Hoje desaguei um rio no simples preparar de um almoço. Chorei, chorei muito e devo confessar que não foi por cortar cebolas! Chorei de encanto ao me ver tomada pela maravilha de cores, odores e texturas, por imaginar sabores, olhar a paisagem da janela diante da pia, na cozinha e ver o que nem estava, e perceber o que sempre esteve e nem se notava. Chorei por imaginar delícias e sonhar possibilidades. Foi assim, preparando uma moqueca de siri para o almoço, que cortando temperos e observando o vai e vem da faca, sentido os perfumes e olhando as cores que me derramei. Foi assim que percebi que a poesia invadiu, não apenas meus olhos, mas tomou conta da alma e do coração também. Ganhei o dia!  Certamente é esta percepção com todos os sentidos acessos, ligados e conectados que faz especial algo tão aparentemente banal como um almoço de quarta-feira em plena rotina acelerada!


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