segunda-feira, 15 de março de 2010

Dica de Leitura

Entre os vários presentes que ganhei na Festa Literária de Pirenópolis, um me deixou tomada de emoção: uma edição antiga e já bem lida do lindo A árvore generosa, de Shel Silverstein, traduzido por Fernando Sabino. A escritora Maria Célia Madureira, muito amiga do famoso rato de biblioteca Racumim, da dupla Racumim e Racutia - sucesso absoluto entre a garotada em Brasília e nas feiras por onde passa - foi quem me deu o presente. Já com as páginas bem amareladas e com uma dedicatória tão generosa quanto a árvore do livro, o exemplar pequeno e cheio de histórias, agora vai para a minha estante dos livros do coração! Não podia deixar de ser a dica de hoje.


 O livro A árvore generosa foi publicado pela primeria vez em 1964 e desde então vem emocionando leitores por todo o mundo. Saiu agora em uma novíssima edição pela Editora Cosac e Naif e pode ser encontrado nas prateleiras de muitas livrarias. Conta a história de uma árvore, de um menino, do amor da árvore pelo menino, do menino pela árvore, da vida e do tempo. Fala de amizade, generosidade e de respeito à natureza. É uma fábula ecológica que não é boba ou didática e que consegue dar muito bem o seu recado. Além do texto, todas as ilustrações são de Shel Silverstein.
O autor e ilustrador viveu a contra-cultura dos anos 60 e foi um ativista de valores como desarmamento e ecologia. Sua defesa era por um estilo de vida simples, próximo à natureza, o que o levou a se popularizar também como letrista de canções no estilo country.

Influenciado pelo contexto da Segunda Guerra Mundial e por ter servido o exército norte-americano na Coréia nos anos 50, Silverstein expressa preocupações de quem passou pela experiência da guerra. Daí seu engajamento contra o uso de armas, o excesso de consumismo e a destruição da natureza.Pode-se dizer que a grande virtude desse autor é conseguir dar um tratamento leve e bem humorado para assuntos muito complexos, que envolvem visões e postura de vida. O traço essencial que utiliza poucos elementos gráficos e apenas a cor preta, nos faz apreender sensivelmente toda sua filosofia: a aposta num mundo sem guerras, de respeito e sintonia com a natureza.


.A ÁRVORE GENEROSA - UMA APRENDIZAGEM DO AFETO




Este é o título mais conhecido de Shel Silverstein. Um clássico de 1964 que já comoveu gerações com a história do amor entre uma árvore e um menino. A capa - em preto-e-branco nos outros livros do autor - aqui é colorida em dois tons de verde, nos dando logo uma pista da importância do caráter ecológico da fábula.
A árvore é a amiga amorosa que dá tudo ao menino: suas folhas, seus frutos, sua sombra. O menino também ama a árvore, a grande companheira de todos os dias: sobe em seu tronco, se pendura nos galhos, brinca de esconde-esconde. Até que vai crescendo, se torna adolescente, depois adulto. E, pouco a pouco, deixa
a amiga de lado.
"Estou grande demais para brincar", diz o menino, que então precisa de dinheiro para comprar "muitas coisas". A árvore fornece suas maçãs, para o jovem vender. Depois seus galhos, para o homem construir sua casa. E a história acompanha o passar do tempo até a velhice do homem - que até o fim, já bem velho e cansado, ainda é chamado de menino pela árvore.
Em primeiro plano, uma lição de consciência ecológica: o homem pequeno, mesquinho, frente à generosidade e a força da natureza. No entanto, a dinâmica que vemos entre o menino e a árvore fala também da passagem do tempo e dos valores que são reavaliados com ela. A árvore ensina, por meio do afeto, uma relação de troca sincera e desinteressada - essa que o homem parece desaprender nas exigências da vida adulta.

Um comentário:

celiaracumim disse...

Alê,vc é mesmo generosa.Cada dia que passa acredito ainda mais que viver é a unica coisa que não dá prá deixar prá depois.Com carinho,bjos e qjos,Célia Ah!ainda estou pensando na morte da ¨Clara¨.Deixa ler de novo?