sexta-feira, 25 de julho de 2008

Fórum Literatura Na Escola

Bartolomeu Campos de Queirós: " Ou a Literatura entra na massa do bolo como ingrediente, ou não entra. Só pra confeitar, não vale"
A chilena Constanza Mekis, que surpreendeu os representantes do Ministério da Educação e a platéia que se empolgou com a dança inesperada!


Brasília sediou nos dois últimos dias o Fórum Literatura na Escola - Biblioteca Escolar e Mediação da Leitura. Promovido pelo Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), numa parceria entre os Ministérios da Educação e da Cultura, o encontro reuniu escritores, especialistas em leitura e representantes de programas de governo do Brasil, da Argentina e do Chile. No primeiro dia o debate foi sobre a literatura na escola. A escritora e presidente da Associação dos Escritores e Ilustradores de Livros Infanto-Juvenis (AEILIJ), Anna Claudia Ramos, destacou a importância de se entender a diferença entre leitura e literatura e, principalmente da necessidade da democratização da Literatura no Brasil, sem o caráter didático que a escola insiste em preservar. Hoje os debates centraram-se nos papéis da biblioteca escolar, dos professores e mediadores de leitura. A bibliotecária Constanza Mekis, coordenadora do projeto Centro de Referência de Aprendizagem do Ministério da Educação do Chile, esbanjou simpatia ao falar da experiência de seu país. Fez uma apresentação toda exemplificada em ilustrações de livros infantis dos mais diversos países, recitou poemas, leu trechos de romances e até de uma receita que terminou de modo inusitado: palestrante e platéia se integraram em passos de dança!
Já o escritor Bartolomeu Campos de Queirós, ao falar sobre o papel do professor/leitor como mediador de leitura, foi pontual. Lembrou que a escola não realiza seu trabalho de educação sem a Literatura e que não precisa nos ensinar a gostar do que é bom, do que é bonito. Segundo Bartolomeu, a escola precisa da palavra para permitir que as pessoas redimensionem as habilidades que a vida já lhes dá. "A escola deveria ter dois tipos de livros: os didáticos, que garantem o conhecimento das tradições e os literários, também essenciais porque ajudam o aluno a realizar sua fantasia. Todo o real que está em volta de nós é a fantasia que ganhou corpo e a fantasia é a literatura", explicou.

Um comentário:

Anna Cristina disse...

O Bartolomeu, como sempre, dizendo essas maravilhas!

Que bom saber que tem tanta gente boa defendendo a causa do livro e da leitura no nosso país!