Já se passaram alguns dias, mas devo confessar que uma espécie de entorpecimento fabuloso não me deixa esquecer os momentos incríveis que vivi no grande encontro que foi a Festa Literária de Pirenópolis. Ainda folheio e curto os tantos livros que trouxe de lá, revejo situações, diálogos, inspirações e me pego sorrindo à toa. Se a festa atingiu os objetivos, saiu como se esperava. Isso eu não sei. Na verdade pouco importa. Para mim o saldo foi mais que positivo, os lucros ainda aparecem, ouso dizer até que acho mesmo impossível contabilizar todos os ganhos afetivos e literários que trouxe na bagagem de volta. Nos tantos palcos que visitamos na cidade de Pirenópolis, a festa terminou, mas continua em muitos corações e mentes. A semente foi plantada e posso garantir que cada um de nós, autores, organizadores, convidados, leitores aprendemos, entre tantas coisas, a nos encantar de forma diferente mesmo com o óbvio. Eu posso dizer sem medo de errar que descobri a grandeza de me apequenar diante da intensidade de um Liliputz de Sorvete de Chocolate. Calma! Este é o título de um livro delicioso do Hermes Bernardi Jr. , que ganhei de presente do prórpio depois da Flipiri. A história é lindíssima e depois de ouvi-la narrada pelo Hermes, aliás, narrada não, contada magistralmente, como bem disse o Eduardo Loureiro, outro escritor que nos brinda sempre com ótimas histórias e canções: contada pelo Hermes da ponta dos pés ao último fio de cabelo; não posso deixar de ver, sempre que abro o livro agora, um Hermes saltando da minha caixa de memória e Lili, lili, lili zzzzzzzzz, liliputizando tudo em volta! Ah! Nada se compara ao prazer de descobrir o quanto o mundo dos livros nos abraça! Voltei da festa não apenas com o vestido de baile amassado de tanto dançar e com aquela saudade enorme. Voltei plena por saber que coisas antes sem nenhum sentido para mim, passaram a arrancar-me sorrisos. Pulgas e lagartixas se encheram de poesia. Uma caixa de sapatos qualquer me faz imaginar rinocerontes dobrados. Uma almofada colorida de retalhos me remete aos tantos motivos para amar livros e seus escrivinhadores. Uma roda que seja, me faz querer cirandar com a Vera Lúcia Dias. Cheiro de queijo lembra-me roedores de livros ou ratos de biblioteca. Os dicionários e enciclopédias iluminam em mim o menino vendedor de palavras do Loyola. Ah! E este, tão encantador com tudo o que nos disse e mostrou durante a Festa, fez brotar rios e mares em meus olhos que agora enxergam a missão maior que tenho que é a de carregar arco-iris.
Depois de Pirenópolis somos todos os mesmos, de volta às nossas rotinas, embora nem tão os mesmos como os de antes. Sei que poderemos guardar no baú ( pode ser um daqueles maravilhosos, cheios de histórias do querido Jonas Ribeiro) nossa roupa de festa e quando formos tirá-la de lá, certamente não sentiremos cheiro de mofo.
3 comentários:
Sim, Alessandra. Meu coração ainda está em festa. Ali voltei a ser menino, pois redescobri nas ruas, risos e rios o meu coração pirenopolino. Eu quero mais, muito mais. A saudade é grande, a melancolia latente, mas o orgulho de ser parte da festa é maior que tudo. Nós estávamos lá e estaremos para sempre. seja em Caxambu, Radiolândia ou nos próximos versos do jovem poeta Luis Henrique, descoberto numa sala de aula e lançado à liberade do mundo da escrita, ironicamente, no que um dia foi uma cadeia. Viva a nossa Flipiri, FlipirIris, flipirante.
Beijos liliputizantes pra vocês.
ops, não é Luiz Henrique, é Lucas Henrique.
Ainda estamos todos em Festa e já fazendo planos para os próximos encontros. Foi bem demais reencontrá-lo. Fiz um poema pra Luiza, o primeiro que fiz pra ela e você está nele. Qualquer dia coloco aqui.
beijos já cheios de saudade,
Alessandra
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