segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Dica de Leitura
Ai, ai! "Nada bior do gue agordar gom o dariz endupido, dão é? Bois bem, assim gobeça a dibertidíssima hisdória gue o escridor e ilustrador" francês Olivier Douzou criou depois de se inspirar no conto satírico O Nariz, do russo Nicolai Gógol, publicado numa revista em 1836. O conto que tem como personagem principal o nariz de um oficial de São Petersburgo, que resolve abandonar o rosto do dono para ter vida própria. Douzou tem como referência o conto russo e de forma bem humorada e muito engraçada conta em primeira pessoa, tendo como narrador um nariz entupido em busca de um lenço grande para assoar, que o salvaria.
A história é para ser lida em voz alta, fechando um pouco as narinas, para criar o clima humorístico previsto e adequado, pois o autor substitui /t/ por /d/; /k/ por /g/; /s/ por /z/; /m/por /b/; /p/ por /b/; /ch/ por /j/; /n/ por /d/.
Experimente ler um trecho do livro:
“Engontrei um bodão gue bensava zer um dariz e falou:
- Dambém esdou endupido.
Falei:
_ Se esdamos endupidos, zó há uma goisa a fazer:engontrar um lenço e assoar.
E foi assim gue a hisdória cobeçou." O dariz, Olivier Douzou, tradução Paulo Neves.
No Brasil, o livro foi publicado pela "Cosacdaif", ops, Cosacnaif, numa edição de capa dura, com tradução de Paulo Neves e ilustrações do próprio autor. Impossível ler O dariz sem rir o tempo todo e , claro, a diversão é muito maior quando a leitura é feita em voz alta, afinal a narração anasalada garante outra cor para a história. O legal é que o leitor, se for fiel ao que está escrito, mesmo que se esforce não conseguirá ler com voz normal e a leitura "endupida" é uma festa à parte! As ilustrações também são muito legais:traços simples, poucas cores e muita originalidade completam a atmosfera da narrativa. Em O dariz, texto e ilustração são "buito" divertidos!
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