Era uma vez uma cantiga de boi, cantiga que costura retalhos de outras cantigas e de histórias e personagens de histórias que embalaram infâncias, a minha e a de muita gente! Na cantiga do meu boi, ele tem a cara amarela e foge pra casar com a vaca, aquela que pulou a janela. A cantiga virou história e a história vai virar história cantada com edição bem cuidada em livro-cd, já em fase de arranjo e gravação musical. De tanto cantar meu Boi, lembrei de outro Boi, o do Bumba-meu-boi do seu Teodoro, maranhense, que há 49 anos, desde que chegou em Brasília "pra brincar o boi na festa de um ano da Nova Capital", mantém viva a sua tradição por aqui. Teodoro está com 89 anos, é de uma lucidez impressionante e de um astral invejável. Flamenguista doente já impregnou nos filhos e netos a paixão pela cultura popular e, claro, pelo time do coração. Fui ao encontro de Teodoro pra falar do meu Boi e encantei-me com a história, as cores e os ritmos do Bumba-meu-boi. Não teve outro jeito, meu Boi da cara Amarela será um bumba-meu-boi e vai se casar ao som dos pandeiros, maracas e do tambor de onça dos cantantes de Seu Teodoro. A mistura da tradição popular maranhense com toda a brincadeira de cantigas e histórias que faço em minha História pra boi casar, deu outra vida ao projeto, tão cheio de afinidades com o trabalho do encantador de bois e gentes...
Seu Teodoro, guardião de uma linda tradição. Pra ele, brincar o Boi é coisa muito séria!
No galpão do Centro de Tradições do Bumba-meu-boi do Teodoro, em Sobradinho, cidade-satélite de Brasília, 49 anos de muita história.
Instrumentos simples, tocados quase que intuitivamente por gente simples, mas que contagiam pela beleza e pela força do ritmo.
Só falta a cara amarela!
O livro- cd vai sair pela Editora Peirópolis e fará parte da coleção Letra e Música, inaugurada este ano com o título de Renato Rocha: A flor mal-humorada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário