Lygia Bojunga é leitura essencial, escreve com a alma e sabe chegar em nossos corações de forma suave, delicada. Difícil escolher entre seus livros um favorito, todos são encantadores, como a própria Lygia, mas A Bolsa Amarela desde sempre me guardou dentro dela. Já li, reli e volta e meia me pego relendo trechos, repassando até mentalmente a história da menina Raquel e de sua bolsa amarela, uma história tão doce e mágica, como deve ser a própria infância e porque não, a vida!
Raquel é a personagem principal, filha caçula da família e também a única criança na casa, pois os irmãos são bem mais velhos e não querem saber de brincar. Solitária e incompreendida, Raquel inventa amigos na sua imaginação e decide escrever cartas para eles. Raquel tinha três vontades muito grandes: vontade de crescer, vontade de ser garoto e vontade de ser escritora. Entre vontades e invenções, um belo dia a garota ganha de presente uma bolsa amarela e nela passa a guardar tudo. Nos infinitos compartimentos da bolsa, Raquel ora num bolso, ora num canto fechado com zíper guardava as ansiedades, as vontades, as tristezas...
Tudo cabia na bolsa!
"Cheguei em casa e arrumei tudo que eu queria na bolsa amarela. Peguei os nomes que eu vinha juntando e botei no bolso sanfona. O bolso comprido eu deixei vazio, esperando uma coisa bem magra para esconder lá dentro. (...) Abri um zíper; escondi fundo minha vontade de crescer; fechei. Abri outro zíper; escondi mais fundo minha vontade de escrever; fechei. No outro bolso de botão espremi a vontade de ter nascido garoto (ela andava muito grande, foi um custo pro botão fechar). Pronto! A arrumação tinha ficado legal. Minhas vontades estavam presas na bolsa amarela”. A Bolsa prende as vontades da menina, mas também lhe dá asas pra voar onde a imaginação deixar. A história é linda, comovente e há anos encanta crianças, jovens e adultos em várias partes do mundo.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
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