segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Dica de Leitura


Há algum tempo estou com as palavras sobre este Primeira Palavra, do amigo Tino Freitas, ilustrado pela Elvira Vigna e publicado pela Abacatte, a girar entre o pensamento e os sentimentos. Agora depois de muito sorver a história, as histórias todas que ela guarda e tudo o que o livro revela nas linhas, entrelinhas, cores e texturas, consigo finalmente cristalizar um pouco do que esta leitura me causou e ainda causa. Conheci o texto ainda no computador do Tino já há um bom tempo... Fiquei tocada, pensando na profundidade de cada palavra, nas referências todas, no sentimento de amor à leitura que a história escancara sem medo. Um sebo, muitos livros, infinitos enredos, uma menina de rua que não sabe ler e que adora livros, um gato, uma bruxa, tantas páginas repletas de significados... Desejos, vontades, impossibilidades! Primeira palavra não é história óbvia, fala de medos, de perdas e surpreende, exatamente, por derramar poesia mesmo nas mais duras situações do dia a dia! Surpreendente também é o final da história, que nos remete à intensidade dos contos clássicos originais, afinal muitos deles em suas versões primeiras e não nas adaptações, encantam, não pelo famoso "e viveram felizes para sempre", mas pelo tanto de verdade e beleza que nos mostram, pelo cotidiano talvez mais próximo e humano, demasiadamente humano, como diria o filósofo. E se o texto nos arrebata e emociona da primeira à última palavra, com as ilustrações não é diferente. Elvira soube captar cada nuance da escrita e transcreveu em belas imagens que, costuradas ao enredo, completam e reinterpretam a atmosfera da história. Se me perguntarem então se Primeira Palavra com tanta densidade é mesmo um livro para crianças, eu de pronto respondo que não! É um livro para todas as idades e que faz crianças e adultos se encontrarem e se igualarem num campo que não é o das explicações, o da racionalidade, mas o das emoções!

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