Para criar passarinho, é daqueles livros inesquecíveis que temos a vontade de abraçar muitas e muitas vezes. É poesia do mais alto quilate, aliás como tudo que passa pela alma do escritor Bartolomeu Campos de Queirós. É daqueles livros que não conseguimos ver sozinhos. Aprendi com o próprio Bartolomeu que "beleza é tudo aquilo que a gente não consegue ver sozinho", quando uma coisa é bonita demais, de tão grande não cabe dentro da gente, temos vontade de mostrar, de dividir, de fazer com que outras pessoas que amamos e mesmo as que nem conhecemos sintam a mesma plenitude que nós sentimos quando estamos diante de algo belo!
A primeira edição era da Miguilin com ilustrações maravilhosas de Walter Lara. Podíamos ouvri os passarinhos a cantar de tão inspiradoras que eram as imagens de pássaros traçadas pelo Walter. Não tenho a edição antiga, mas encontrei uma nova, com outra cara, outra proposta e o mesmo texto do Bartô, sempre imperdível pra quem ama a prosa poética e filosófica desse mineiro incomparável!
Para criar passarinho, agora tem nova edição, lançada em 2009 pela Global e com projeto gráfico de Guto Lacaz. Um livro encantador e desconcertante de tão belo! Devo confessar que sinto falta dos pássaros do Walter Lara, mas a saudade também é poética e só de ter a chance de dividir novamente a poesia do Bartolomeu com quem quiser, já me encho de felicidade!
"Para bem criar passarinho é conveniente amar as quedas
de cachoeiras, as águas evoluindo nos rios e barulhos
de chuva sobre as telhas, imitando grãos em peneira.
Isso se faz possível se houver liber dade para as buscas,
tempo para a solidão e saudades mansas de
outros lugares ainda por conhecer."
Bartolomeu Campos de Queirós em Para criar passarinho
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