segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Dica de Leitura


Porque sempre é tempo de brincar e inventar brincadeira em tudo, a Dica de Leitura de hoje chega nesse clima com a poesia super divertida de José Paulo Paes neste Poemas de Brincar. Aliás, ele sabia bem como brincar com as palavras e nos deu prova do talento de juntar sons e sentidos numa rima gostosa de falar e ouvir em quase toda a sua obra. Muita gente já descobriu que palavra é brinquedo que não envelhece e nem morre com o tempo, quanto mais a gente brinca, mais aparece brincadeira! Seja versando ou proseando, contando, lendo ou cantando a apalavra se reinventa e nos faz redescobrir suas tantas facetas! E se para o poeta a palavra é sempre diversão, num livro de poemas para crianças ( de todas as idades, é bom que se esclareça!) nem só com o que se escreve e lê dá pra brincar. E as ilustrações de Luiz Maia também são plenas em divertimento, como cada um dos versos de José Paulo Paes. Só pra dar água na boca, repito aqui um verso do livro:

“Se você for detetive,
faça um bom trabalho:
me encontre o dentista
que arrancou o dente do alho
e a vassoura sabida
que deixou a louca varrida”


Delícia, não é? E o livro traz ainda um Dicionário pra lá de bem-humorado pra gente poder consultar sempre que faltar inspiração!

"Alfabeto

A
ulas: período de interrupção das férias.
Berro: o som produzido pelo martelo quando bate no dedo da gente.
Caveira: a cara da gente quando a gente não for mais gente.
Dedo: parte do corpo que não deve ter muita intimidade com o nariz.
Excelente: lente muito boa.
Forro: o lado de fora do lado de dentro.
Girafa: bicho que, quando tem dor de gargante, é um deus-nos-acuda.
Hoje: o ontem de amanhã ou o amanhã de ontem.
Isca: cavalo de Tróia para peixe.
Janela: porta de ladrão.
Luz: coisa que se apaga, mas não com borracha.
Minhoca: cobra no jardim-de-infância.
Nuvem: algodão que chove.
Ovo: filho da galinha que foi mãe dela.
Pulo: esporte inventado pelos buracos.
Queixo: parte do corpo que depois de um soco vira queixa.
Rei: cara que ganhou coroa.
Sopapo: o que acontece quando só papo não adianta.
Tombo: o que acontece entre o escorregão e o palavrão.
Urgente: gente com pressa.
Vagalume: besouro guarda-noturno.
Xará: o outro que sou eu.
Zebra: bicho que tomou sol atrás das grades."




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