A última dica de leitura do ano vem com sabor de descoberta, ou de redescoberta. Remexendo a estante dos favoritos encontrei nesta última segunda-feira de 2010 o livro Histórias para aprender a sonhar - contos de fantasia de Oscar Wilde. Um livro repleto de agradáveis surpresas. A primeira delas: descobrir um Oscar Wilde focado no imaginário infantil e tão pleno de fantasia e encantamento. As histórias são arrebatadoras e de uma densidade poética impressionante. Wilde tornou-se conhecido no mundo inteiro com a obra O Retrato de Dorian Gray, que virou peça de teatro e filme e foi traduzida para várias línguas, mas pouquíssimo de seu trabalho chegou até nós. Nesta compilação de textos infanto-juvenis, a Companhia das Letrinhas resgata parte da extensa obra de Wilde, dramaturgo, poeta e escritor irlandês, que viveu na segunda metade do século passado, entre 1854 e 1900 e tornou-se um dos maiores e mais respeitados poetas da Era Vitoriana, na Inglaterra. Naquela época tudo era diferente, não existiam tasntas máquinas, as pessoas trabalhavam demais e ganhavam muito pouco e foi pensando nas injustiças e sonhando com um mundo melhor, que Oscar Wilde escreveu estes contos, na tentativa de fazer com que todas as pessoas ao menos sonhassem com um mundo melhor e que impulsionadas por seus sonhos, pudessem lutar por esse mundo sonhado.
O livro reúne quatro contos: O príncipe feliz; A cotovia e a rosa; O gigante egoísta e O aniversário da Infanta, ilustrados por Odilon Morais que, inspirado pela atmosfera de Wilde, usou poucas cores, traços firmes e muito contraste para criar luz e climas em todos os desenhos. A tradução de Nicolau Sevcenko busca ser fiel a uma das preocupações de Oscar Wilde com a questão dos gêneros, como explica o próprio tradutor, que depois de ler traduções várias dos contos e os originais de Wilde concluiu por exemplo, que o pássaro da conhecida história, traduzida literalmente como O Rouxinol e a Rosa, era uma ave fêmea e por isso encontrou na cotovia sua melhor expressão.
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário